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Arquipelago de Origem:
Portugal
Data da Peça:
1970-00-00
Data de Publicação:
19/12/2020
Autor:
João Abel Manta
Chegada ao Arquipélago:
2020-12-19
Proprietário da Peça:
João Abel Manta
Proprietário da Imagem:
João Abel Manta
Autor da Imagem:
João Abel Manta
Clero, Nobreza e Povo, Vila Velha do Cu de Judas, cartoon de João Abel Manta, 1970 (c.), Portugal.

Categorias
    Descrição
    Clero, Nobreza e Povo, Vila Velha do Cu de Judas
    Cartoon de João Abel Manta, Lisboa, 1970 (c.), Portugal.

    João Abel Manta (n. 1928). Filho dos pintores Abel Manta (1888-1982) e Clementina Carneiro de Moura (1898-1992), diplomou-se em Arquitetura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em 1951, mas atividade que foi progressivamente abandonando ao longo da década de 60. Desenvolveu, entretanto, intensa atividade na arquitetura, mas também como pintor, cenografista e artista gráfico (cartaz, filatelia, ilustração e "design" de livros, jornais e revistas). Na área da sua formação académica foi o responsável, com Alberto Pessoa e Hernâni Gandra, pelo projeto dos blocos habitacionais da Avenida Infante Santo, referente de qualidade na arquitetura da cidade, com o qual ganhou o Prémio Municipal de Arquitectura (1957), recebeu ainda o Prémio Nacional da Sociedade Nacional de Belas Artes (1949), o Prémio da Fundação Calouste Gulbenkian (1961) e a Medalha de Prata na Exposição Internacional de Artes Gráficas, em Leipsig (1965). A sua pintura, numa primeira fase neofigurativa e eivada de ironia surrealista, tomou depois uma feição de carácter abstrato. Foi o autor das tapeçarias do Salão Nobre da sede da Fundação Calouste Gulbenkian. No cartoon, utilizando-o como forma privilegiada de retrato da sociedade, evidenciou-se de forma ímpar, sendo os anos de 1974 e 1975, dos mais fecundos da sua produção, publicando o álbum Caricaturas Portuguesas dos Anos de Salazar (1978), síntese de vincada e sofisticada ironia onde o lápis do artista traça um quadro negro, mas preciso, daquele período da nossa história. É considerado, por muitos críticos, o melhor "cartoonista" português da segunda metade do século XX, na senda de Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905), Stuart Carvalhais (1887-1961) e Leal da Câmara (1876-1948), tendo publicado três livros em Portugal e um na Alemanha. Obteve vários prémios nacionais e estrangeiros, como em 1961, o Prémio de Desenho na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian; 1965, Medalha de Prata na Exposição de Artes Gráficas de Leipzig; e 1975, Prémio de Ilustração na Exposição de Artes Gráficas de Leipzig, entre outros. No contexto da arte pública interveio nos pavimentos de mosaico para arruamentos na Praça dos Restauradores, em Lisboa, e na Figueira da Foz. No campo da azulejaria concebeu em Lisboa os painéis: do restaurante do Hotel da Avenida Infante Santo (1952), da Escola Primária do Alto dos Moinhos (1955) e do revestimento do monumental mural da Avenida Calouste Gulbenkian, aplicado em 1982 (concebido em 1970). Foi ainda autor da série de painéis cerâmicos para o Teatro Gil Vicente, em Coimbra (1955), dos azulejos para os edifícios da Associação Académica de Coimbra (1959), bem como de uma composição geométrica para a Caixa Geral de Depósitos, em Mafra (1972). Para além de ter participado em várias exposições coletivas, de Lisboa a Tóquio, expôs individualmente em 1971 (Pintura, Galeria Interior), 1975 (Pintura e Desenho, Escola Superior de Belas Artes de Lisboa), 1976 (Desenho, Institut of Contemporany Arts, Londres) e 1992 (Obra Gráfica, Museu Rafael Bordalo Pinheiro, Lisboa).