Cascavel do trom ou bombarda grossa portuguesa de finais do século XIV ou inícios do século XV
Ferro forjado, comp. total: 151 cm.; comp. da alma: 118 cm.; calibre: 21  cm.; utilizando projétil de pedra que pesava cerca de 9 Kg.
De forma cilíndrica e formada por aduelas reforçadas por cintas, a espessura de metal é de cerca de 18 cm.
Fundição de Lisboa (atr.), 1380 a 1400 (c.).
Proveniente da Academia Nacional das Belas Artes, de onde veio em 1903
Fotografia de Estela Marzia, 2013.
Caves do Museu Militar de Lisboa (MML 01486), Portugal.

Este tipo de bombarda era, normalmente, utilizado para operações de sítio, como parece figurar no assédio castelhano a Lisboa em 1384 e na iluminura da Crónica de Jean Froissart (c. 1337-c. 1405) da Biblioteca Nacional de França (cód. 2643), Paris, mas iluminura mais tardia, talvez de 1470, com várias armas destas de ferro forjado montadas em reparos com rodas. Esta peça foi construída com cintas exteriores em ferro forjado que envolvem a alma, composta por barras de ferro e que era carregada pela boca. Sendo uma peça muito rudimentar, deve ser das mais antigas bocas-de-fogo existentes em Portugal e bastante anterior às míticas bombardas de Pinhel.
MARZIA, Estela, Inventário da artilharia histórica dos séculos XIV a XVI do Museu Militar de Lisboa: bases para uma proposta de salvaguarda e valorização, relatório de estágio da Universidade de Évora, 2014, p. 14; RUBIN (1938-2023), Nuno Varela, Guia de Artilharia Histórica do Museu Militar, Museu Militar de Lisboa, Lisboa, 1979; e SANTOS (1935-2011), Nuno Valdez dos, A Artilharia de Outrora do Museu Militar de Lisboa, (Texto não editado, doado ao Museu Militar de Lisboa em 2011).