Cascavel da colubrina de João Dias de Angra, João Dias, 1545 a 1575 (c.), Museu de Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores
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Descrição
Militar com capacete da cascavel da colubrina de João Dias de Angra
Bronze, 440 cm.; peso, 2.570 kg.; calibre 13 cm.
João Dias (assinada), 1545 a 1575 (c.).
Reinado de D. João III ou D. Sebastião.
Peça de artilharia de bronze de alma lisa e de carregamento pela boca. A túlipa da bolada é moldurada; apresenta as armas de Portugal com coroa aberta, suspensas de carranca com festões e sob a mesma esfera armilar; 4 arganéus, mas só 2 argolas; reforços canelados e cascavel com cabeça de guerreiro renascentista. Foi encontrada na baía de Angra, junto ao forte de Santo António, na campanha de Sir Sidney Wignall (1922-2012), de 1972.
Museu de Angra do Heroísmo (MAH R 91676).
Fotografia de João Carita, 13 de julho de 2023
I Colóquio Internacional do Património e Turismo Militar, organizado pelo TECHN&ART – Centro de Tecnologia, Restauro e Valorização das Artes, do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), e o Museu de Angra do Heroísmo (MAH), com o apoio do Município Angrense
Antiga capela e Hospital Militar da Boa Nova, Núcleo de História Militar Manuel Coelho Baptista de Lima,
Rua da Boa Nova, Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores.
O Antigo Hospital Militar da Boa Nova é uma estrutura construída de raiz com esta finalidade, nos inícios do século XVII, no tempo da União Dinástica, de 1615 (c.), situado à ilharga da imponente fortaleza filipina, conhecida vulgarmente por Castelo de São João Baptista e, então, de São Filipe.
O Núcleo de História Militar Manuel Coelho Baptista de Lima (1920-1996), instalado no antigo Hospital Militar da Boa Nova, acolhe a notável Coleção de Militária do Museu de Angra do Heroísmo, sendo o único museu português não integrado no Ministério da Defesa subordinado a esta temática, em que estão representados os três ramos das Forças Armadas nacionais e estrangeiras. Anteriormente repartida por vários núcleos e reservas, dado a diversidade, volume e quantidade das peças que a constituem, esta coleção é trazida ao público através de três exposições temáticas de longa duração, que, a par de uma explanação da evolução e funcionalidade das armas e de um convite à reflexão sobre as grandes questões éticas, morais e sociais inerentes aos conflitos bélicos, documentam a personalidade e vivências pessoais do patrono e a história do próprio edifício. Composto por peças de artilharia ligeira e pesada, armas de fogo, armas brancas, proteções metálicas, projéteis, equipamento de logística, arreios, uniformes e condecorações, este acervo, na sua maior parte acomodado em reservas concebidas em obediência à tipologia dos diferentes materiais, reflete o interesse pela área militar e o espírito colecionista do primeiro diretor do Museu de Angra do Heroísmo, Manuel Coelho Baptista de Lima, que, durante mais de três décadas, garantiu por várias vias o seu enriquecimento.
Uma colubrina, culebrina, culverin ou couleuvrine, designação associada à forma de uma cobra (do termo latino colubra), é uma peça de artilharia de tiro tenso, cuja alma, para isso, tem de comprimento mais do que 32 vezes o diâmetro do calibre, como oficialmente foi definido em França na época de Francisco I (1494-1547). A grande colubrina francesa com as armas de Emery d'Amboise (1434-1512), da Ordem dos Hospitalários de São João de Jerusalém, datável de 1503 a 1512, com 5,4 metros e 3343 kgs., será a maior peça do género, distanciando-se um pouco da portuguesa fundida em Goa, em 1537, por João Vicente, o Dragão de Santa Catarina, dada como dupla colubrina, com 5,28 metros; alma, 4,93 m.; calibre: 16,3 cm., ou a de João Dias, fundida em 1545, hoje no Museu de Angra, nos Açores, com um comprimento de cano de 4,3 metros e um calibre de 12 cm.