Image
Arquipelago de Origem:
Monte
Data da Peça:
1931-09-00
Data de Publicação:
01/01/2024
Autor:
Max Römer
Chegada ao Arquipélago:
2024-05-12
Proprietário da Peça:
Ilustração Madeirense
Proprietário da Imagem:
Rui Carita
Autor da Imagem:
Rui Carita
Cartela do Monumento da Paz da Ilustração Madeirense, desenho de Max Römer, ano 2, n.º 3, Funchal, setembro de 1931, ilha da Madeira

Categorias
    Descrição
    Cartela do Monumento da Paz da Ilustração Madeirense,
    Desenho de Max Römer (1878-1960), ano 2, n.º 3, Funchal, setembro de 1931, ilha da Madeira

    A revista Ilustração Madeirense tinha uma periodicidade trimensal e deu à estampa 7 números, de dezembro de 1929 a julho de 1934. A revista era dirigida pelo Visconde do Porto da Cruz e propriedade da Companhia de Petróleos da Madeira, que era também a editora. A partir do número 6, o Visconde passou a ser o seu proprietário, passando a ser também editor no número 7. A sua impressão e composição era feita no Porto, até ao nº 4: Tipografia Porto Medico, Ltd. (nº 1); Tipografia Sociedade de Papelaria, Lda. (nº 2); Litografia Nacional (nº 3 e nº 4). O nº 5 foi composto no Funchal, na Tipografia Esperança e os números 6 e 7 foram compostos e impressos na Imprensa Lucas & C.ª, em Lisboa. A Administração era na Rua do Phelps, nº 22, mudando depois para a Rua dos Murças, 46, 2º. As capas e algumas das ilustrações foram da autoria de Max Römer (1878-1960) e muitas das fotografias incluídas na Ilustração Madeirense eram de várias individualidades de visita à Ilha, como “S.A.R. o «Principe de Gales a desembarcar no cais da Pontinha, quando da sua recente visita pela Madeira” (nº 2) ou o Ministro da Marinha (Almirante J. de Magalhães Correa), acompanhado de diversas personalidades entre as quais o V.P.C. (nº 3) e ainda fotografias de interesse histórico e cultural, como “A visita do porta aviões francês «Bearn» à Madeira” (nº 2); “Uma grande largada de Pombos Correios do Funchal para as Canárias (380 milhas de mar)” (nº 4) ou até mesmo fotografias da inauguração da estátua de João Gonçalves Zarco (nº 7). Cf. Sílvia Gomes, Memória e promoção cultural madeirense na obra do Visconde do Porto da Cruz, dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Gestão Cultural na Universidade da Madeira, orientação do professor doutor Paulo Miguel Fagundes de Freitas Rodrigues, Funchal, 2013, p. 133.
    Alfredo António de Castro Teles de Meneses de Vasconcelos de Bettencourt de Freitas Branco (1890-1962), como se nomeava, nasceu a 1 de janeiro de 1890, no Funchal, onde veio a falecer a 28 de fevereiro de 1962. Era filho de Luís Vicente de Freitas Branco e de Ana Augusta de Castro Leal Freitas Branco. Usava o título de 1.º visconde do Porto da Cruz, que teria sido dado a um seu antepassado, Valentim de Freitas Leal Moniz Teles de Meneses Vasconcelos (1790-1879) ilustre representante da família Leal, do Porto da Cruz, bisavô materno de Alfredo de Freitas Branco, que não obstante, recusara tal titulo, logo que nunca o usou, título autorizado por D. Manuel II (1890-1932), no exílio, em abril de 1921, mas informação somente do intitulado visconde e reconhecido depois pelo Conselho da Nobreza, somente em 1949. Casou-se com Beatriz Manuela Tavares de Almeida Carvalho, de quem teve cinco filhos; Silvano José de Freitas Branco (1925-2013), seu filho, viria a usar o título de 2.º visconde do Porto da Cruz.
    Max Wilhelm Römer (Hamburgo, 22 nov. 1878; Funchal, 1960). Tendo-se alistado como soldado na infantaria alemã, durante a I Grande Guerra, de 15 jun. 1915 a 28 dez. 1918, esteve nas campanhas da frente oriental e na cidade grega de Salónica, sendo promovido a 1º cabo e condecorado com a Cruz Hanseática. De regresso, à Alemanha, tendo já contraído casamento com Louise Kaetchen Parizot, de origem javanesa, a 24 maio 1902, começou por trabalhar como artista plástico para firmas de Hamburgo, mas as condições financeiras da família, com 3 filhos (de 5 que haviam tido), encontravam-se debilitadas pelo surto inflacionista gerado pela Grande Guerra. A ideia de se fixar na Madeira adveio de Bente Olsen, ex- bailarino dinamarquês para o qual Römer executara cartazes e, também, de uma proposta de trabalho da firma Kiekiben, tendo o casal e os seus três filhos desembarcado no Funchal, a 27 maio de 1922, após a escala do vapor brasileiro Curvello que se dirigia para o Rio de Janeiro. A primeira residência dos Römer situou-se em São Roque, na Quinta São João, mudando-se depois para a Estrada Monumental, freguesia de São Martinho, na Nazaré e nos últimos anos da sua vida, viveu no Funchal na Rua Major Reis Romes, nº 8. A sua obra seria desde logo reconhecida por António Nóbrega, pintor madeirense que com Max Römer executou alguns painéis da Igreja de São Vicente. Todavia, a sua temática artística, ficou desde logo ligada à cidade, pintando as ruas, as travessas, os costumes e as paisagens, utilizando as técnicas mais variadas, desde o guache, o óleo ou a aguarela. Dos seus filhos, Anita seguiu-lhe os seus passos, como pintora mas morrendo prematuramente aos 29 anos de tuberculose em 30 de outubro de 1934 e também Valesca Römer ou Valli (1911-1988), que faleceu no Funchal e no fim da sua vida reproduzia com alguma qualidade, os quadros do seu pai para os amigos. O seu filho, Rolf Römer (1909-) seria o único que voltaria a Hamburgo, onde foi intérprete, tradutor e correspondente do Diário de Noticias do Funchal, tendo, em 26 de abril de 1984, oferecido à Região Autónoma da Madeira, o património artístico, desenhos e pinturas do pai. A primeira e única exposição realizada em vida de Max Römer decorreu de 1 e 11 de janeiro de 1961, sob iniciativa do Dr. Wiliam Clode, coronel Eduardo Ferreira, Eng.º Peter Clode e o pintor Louro de Almeida, levada a cabo na Academia de Música e Belas Artes da Madeira, onde foram expostas algumas obras realizadas antes de se radicar no Funchal como por exemplo, as que mostravam As trincheiras da Primeira Guerra Mundial. A obra de Max Römer foi evocada em 1998, data correspondente ao seu 110º aniversário, tendo-se realizado uma exposição itinerante pelos concelhos da Madeira e Porto Santo de dezoito aguarelas do pintor (organização e texto de Francisco Clode de Sousa); em 2008, objeto de edição em álbum, O Funchal na obra de Max Römer, 1922-1960, recolha de Rui Camacho, com textos do mesmo, Eberhard Axel Wilhelm, Maria Teresa Freitas Brazão e Rui Carita, ed. Funchal 500 Anos, 2008; e a 15 março 2013, no Centro de Artes da Calheta - Casa das Mudas, com a grande exposição comissariada por António Rodrigues e patente até 30 de novembro de 2013.