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Arquipelago de Origem:
Lisboa (cidade)
Data da Peça:
1974-04-25
Data de Publicação:
15/04/2023
Autor:
Alfredo Cunha
Chegada ao Arquipélago:
2023-04-15
Proprietário da Peça:
AHM/Alfredo Cunha
Proprietário da Imagem:
AHM/Alfredo Cunha
Autor da Imagem:
Alfredo Cunha
Capitão Salgueiro Maia no Largo do Carmo, Alfredo Cunha, 25 de abril de 1974, Lisboa, Portugal

Categorias
    Descrição
    Capitão Salgueiro Maia e, atrás, capitão Tavares de Almeida.
    (1944-1992)
    Fotografia de Alfredo Cunha (1953-), 25 de abril de 1974.
    Largo do Carmo, Lisboa, Portugal.
    Arquivo Histórico Militar, Lisboa, Portugal.

    Fernando José Salgueiro Maia nasceu em 1944, em Castelo de Vide, e morreu em 1992, no Hospital Militar de Belém (Lisboa). Depois de frequentar a Academia Militar e a Escola Prática de Cavalaria, desempenhou funções de alferes-comando em Moçambique, durante a Guerra Colonial. Já com o posto de capitão, na madrugada de 25 de abril de 1974, dirigiu as tropas revolucionárias de Santarém, com Tavares de Almeida, até Lisboa, tornando-se uma das figuras-chave do golpe. Tomou os ministérios do Terreiro do Paço e o quartel da Guarda Nacional Republicana, no Carmo, onde estava refugiado o chefe do Governo, Marcello Caetano (1906-1980), que se lhe rendeu. Assim se deu a queda do Estado Novo. A revolta militar foi desencadeada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), que derrubou o regime praticamente sem o emprego da força e sem provocar vítimas. Os dois únicos momentos de tensão foram protagonizados pelo próprio Salgueiro Maia: o primeiro foi o encontro com um destacamento de blindados, até então obediente ao Governo, resolvido quando estas tropas tomaram posição ao lado dos revoltosos; o outro ocorreu quando o capitão mandou abrir fogo sobre a parede exterior do quartel da GNR. Retomando modestamente o rumo da sua carreira militar, o capitão Salgueiro Maia recusou as honrarias que o regime democrático lhe quis atribuir. Todos os anos é recordada a sua coragem e a sua determinação aquando das comemorações do 25 de abril.
    Salgueiro Maia foi, na modéstia e isenção do seu comportamento e na honradez do seu carácter, uma referência. Compreendeu como poucos o papel que deve caber aos militares numa sociedade democrática”. Estas palavras de Mário Soares (1924-2017) levantam-nos o véu sobre a força de espírito que o mais famoso Capitão de Abril detinha, e pela qual é reconhecido, mas um homem não se constrói num único momento. É fruto de um percurso vivencial, de uma vida de aprendizagem, que molda o espírito humano e o leva a atos considerados, pela sociedade, de grande valor. Aqui se procura encontrar o percurso de vida de Salgueiro Maia, um homem de grande valor. Conhecendo o seu passado, melhor se pode compreender o homem e a sua circunstância (Sinopse à 11ª edição da editora Âncora).