Capela-mor da igreja do antigo convento São Salvador de Grijó, 1629 e seguintes, Vila Nova de Gaia, Porto, Portugal.
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Descrição
Capela-mor da igreja do antigo convento São Salvador de Grijó
Retábulo-mor de talha e cadeiral de madeira do mestre António Vidal, 1737
Azulejos de padrão Marvila de oficina maneirista de Lisboa, 1629 (c.).Revestimento azulejar de parede de padrão, que passou a designar-se Marvila dado revestir parte das paredes laterais daquela igreja de Santarém (produzido entre 1622-1674) e que foi o maior padrão alguma vez produzido, de 144 azulejos diferentes, em padrão 12 x 12;
O modelo deste padrão pode ter tido por base o projeto de Pedro Nunes Tinoco (c. 1585-1641) para a sacristia de Santa Cruz de Coimbra, de 1622, obras que decorreram depois com execução de Manuel João até 1624.
Capela-mor da igreja do antigo convento São Salvador de Grijó, Vila Nova de Gaia, Porto, Portugal.
O Mosteiro de São Salvador de Grijó localiza-se em Vila Nova de Gaia e foi fundado no ano de 922, sendo transferido para este local em 1112. D. Rodrigo Sanches (cc. 1200-1245), filho de ilegítimo D. Sancho I (1154-1211), morreu nas imediações do mosteiro em confronto com forças leais ao rei D. Sancho II (1209-1248) e no âmbito do conflito que conduziria ao trono o irmão D. Afonso III (1210-1279), conde de Bolonha. No claustro foi colocado o seu túmulo, mandado fazer depois, em Coimbra, pela irmã D. Constança Sanches de Portugal (1210-1269), classificado como Monumento Nacional desde 1910 e que poderá ser o mais antigo exemplar português a possuir estátua jacente, salvo o túmulo dito de D. Urraca (1186-1220), que foi casada com D. Afonso II (1185-1223), presente na igreja do mosteiro de Alcobaça, mas sobre o qual há dúvidas na atribuição e na datação.
No início do século XVI o convento encontrava-se em ruínas e, em 1535, foi autorizada a transferência do mosteiro para a Serra de São Nicolau, em Gaia. No entanto, nem todos os clérigos concordaram com a transferência, ficando no convento e, em 1566, o Papa Pio V separou os dois mosteiros. No final do século XVI o imóvel foi reformado, construiu-se o dormitório, duas alas do claustro, o refeitório e a sala do capítulo. A construção da igreja arrastou-se por mais cerca de trinta anos e a capela-mor só seria terminada em 1629, devendo o revestimento azulejar datar de pouco depois. Em 1770 o convento foi extinto e os seus bens passaram para o Convento de Mafra e, no início do século 19, aquando da batalha com as tropas francesas, o mosteiro serviu como hospital. Após 1834, a quinta do mosteiro foi anexada aos bens do Estado e vendida em hasta pública, chegando até data muito recente nos bens da família Ramos Pinto.