Cadeira indo-portuguesa com emblema dos jesuítas da basílica do Bom Jesus de Goa, 1600 (c.), Panaji, Goa, União Indiana
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Descrição
Cadeira indo-portuguesa com emblema dos jesuítas da basílica do Bom Jesus
Madeira entalhada com costas e assento de palhinha.
Oficina indo-portuguesa, 1600 (c.)
Fotografia de 17 de fevereiro de 2023.
Visita do 7º colóquio internacional da Casa Senhorial Portugal, Brasil & Goa; 7th INTERNATIONAL COLLOQUIUM on MANOR HOUSES
Fundação Oriente, delegação de Pangim, Goa, 13 a 17 fevereiro 2023.
Sacristia da basílica do Bom Jesus de Goa, Panaji, Goa, União Indiana.
Cronologia:
1542 - Chegada do futuro São Francisco Xavier (1506-1552) a Goa; 1567 - apesar da Companhia já ter no território goês um colégio e uma igreja, a necessidade de possuírem também uma casa professa era ideia consentânea entre os membros da Companhia. Neste ano, o geral da Companhia, padre Francisco Borgia, 4º duque de Gandia (1510-1572), deu um parecer favorável a esta intenção, mas a construção de um edifício novo, em local mais saudável da cidade teria que ficar para momento mais oportuno, na medida em que ainda decorriam as obras de ampliação do colégio de São Paulo; 1584 - foi finalmente fundada a casa professa no colégio de São Paulo, por ordem do geral Cláudio Acquaviva (1543-1615). A Casa ocupava o piso térreo do edifício do colégio, ficando este nos pisos superiores; 1585 - tornava-se cada vez mais evidente a impossibilidade de manter as duas instituições num só edifício, e o próprio Visitador Alexandre Valignano (1539-1606) toma a iniciativa de procurar um local para a Casa Professa; para além disto, o complexo situado na Carreira dos Cavalos mostrava-se cada vez mais insalubre e inóspito. Foram compradas para o efeito umas casas no Terreiro dos Galos, acto que não ficou isento de protestos por parte das outras ordens religiosas, que se insurgiram contra a construção de um terceiro edifício da Companhia no território. Ainda nesse ano, no início de setembro, Valignano e outros companheiros mudaram-se paras as casas do Terreiro, mas sem autorização superior, quer das autoridades eclesiásticas quer das civis, dando o facto como consumado; 1586 - Valignano envia para Roma, em carta para o geral Acquaviva, as plantas esquemáticas do edifício da Casa Professa, em 3 pisos, a construir no Terreiro (Pereira, 2005); 1587 - é enviada de Roma uma planta para a igreja, revista pelo arquiteto da Companhia Giovanni de Rosis (1538-1610), mas que Valignano não segue, porque por esta altura a casa já se encontrava em construção e não podia ser parada; 1593 - o padre Gomes Vaz comunicava ao geral Acquaviva que a área habitacional e as oficinas do edifícios estavam terminadas, mas aguardava-se ainda o início das obras de construção da igreja do Bom Jesus. Estas receberam um importante incentivo com o legado deixado pelo antigo capitão de Ormuz, D. Jerónimo de Mascarenhas (c. 1530-1593), por sua morte a 4 de março de 1593, tal como se encontra registado numa lápide da igreja; 1594 - segundo a mesma inscrição, as obras de construção da igreja teriam começado a 24 de novembro; 1597 - o padre Nicolau Pimenta, Visitador, em carta para a Europa referia que as obras da Casa Professa se encontravam quase concluídas, faltando apenas a cerca da horta e o forro de um dos corredores do último piso (Pereira, 2005, 221): Desta mesma carta sabemos ainda que a fachada da igreja foi construída com pedra vinda do norte (provavelmente granito de Baçaim) sendo o restante em laterite, o material em que eram construídas todos os edifícios do território (Pereira, 2005, 222); 1598 - carta ânua regista a presença de 60 trabalhadores; 1605 - igreja foi consagrada pelo arcebispo D. Frei Aleixo de Meneses (1559-1617); 1617 - o rei de Portugal autorizava os padres a abandonarem o Colégio de São Paulo e ocuparem definitivamente a Casa Professa; 1624 - o corpo de São Francisco Xavier foi transladado da igreja de São Paulo, onde tinha sido deposto quando veio de Malaca, para a igreja do Bom Jesus, em cerimónia solene; 1637, 2 dez. - colocação do corpo do santo no sarcófago de prata feito em Goa; 1652, 29 fev. - começaram as obras de construção da nova sacristia, que foi erguida com donativos da Baltasar de Veiga, segundo lápide existente (Pereira, 2005, 222); 1655 - mausoléu de São Francisco foi colocado na capela; 1659 - com a capela de São Francisco Xavier terminada, o corpo do Santo encontrou a sua morada definitiva; 1663 - um incêndio destruiu grande parte do edifício; 1665 - a Companhia recorreu a um empréstimo para as obras de reconstrução; 1698, set. - montagem do grande pedestal, oferta de Cosimo III de Médicis (1642-1723), grão-Duque da Toscana e que terá sido feito por Giovanni Battista Foggini (1652-1725) para suporte do corpo do Santo e montado em Goa por Placido Francesco Ramponi (Pereira, 2005, 223 e Pedro Dias, 24 fev. 2018); 1759 - o édito de expulsão da Companhia de Jesus chegou ao território do Estado da Índia, com aplicação efetiva pelo seu governo, e que resultou na prisão imediata de 127 padres jesuítas que foram reenviados para Portugal. Consequentemente o complexo do Bom Jesus passou para administração direta do vice-rei e do arcebispo; 1774 - decreto real que ordenava a transferência da igreja e residência arquiepiscopal para o Bom Jesus (Pereira, 2005, 224); 1781 - um incêndio destruiu parte da igreja; 1782 - data da primeira exposição pública com carácter oficial do corpo de São Francisco Xavier; 1835 - após a extinção das ordens religiosas, o cadeiral do coro da igreja de Nossa Senhora da Graça foi levado para a capela-mor do Bom Jesus onde permaneceu até 1964 (Pereira, 2005, 225); 1840 - das 12 lâmpadas de prata que havia na capela de São Francisco, 8 delas e alguns objetos em ouro foram derretidos para cunhagem de moeda; 1862 - foram construídos três grandes contrafortes para consolidação da parede exterior norte da igreja, a par da substituição da cobertura da igreja (Pereira, 2005, 225); 1890 - últimas grandes obras de engrandecimento por altura das festas xaverianas pelo arcebispo madeirense D. Aires de Ornelas e Vasconcelos (1837-1880); 1900, c. - as janelas de cascas de ostra, ou carepas, terão sido substituídas pelo por janelas de vidro; 1931 - tecto da igreja foi novamente reconstruido por ocasião de mais uma exposição do corpo de São Francisco Xavier (Pereira, 2005, 225); 1932 - a igreja foi classificada como Monumento Nacional, pelo decreto n.º 1360 de 31 de março; 1946 - a igreja foi elevada a Basílica Menor pelo Breve do Papa Pio XII; 1961 - com a anexação do território de Goa pela União Indiana, a igreja passou para a alçada do Archaelogical Survey of India, mantendo a Igreja Católica o direito de utilização (Pereira, 2005, 226)