Image
Arquipelago de Origem:
Lunda e Leste
Data da Peça:
1950-00-00
Data de Publicação:
15/06/2025
Autor:
Escultor Chokwe
Chegada ao Arquipélago:
2025-06-15
Proprietário da Peça:
Privado
Proprietário da Imagem:
Zemanek Münster 2017
Autor da Imagem:
Zemanek Münster 2017
Cabaça gravada de "Mutopa" do leilão Zemanek-Münster de março de 2018, escultor Lunda ou Tchokwe, 1950 (c.), Leste de Angola

Categorias
    Descrição
    Cabaça gravada de Mutopa
    Water pipe, Angola, Lunda.
    Madeira de cabaça gravada e utilizada como cachimbo de água,  42 cm.
    Escultor Lunda ou Chokwe, 1950 (c.), Leste de Angola.
    Proveniente da coleção Marc Leo Felix (1942-), Brussels, Belgium; Zemanek-Münster, Würzburg, 27 November 2010, lot 578; Christian Franke (1936-), Murrhardt, Germany.
    Fotografia de 16 de novembro de 2017.
    Leilão Zemanek-Münster, 88h Tribal Art Auction, 10 de março de 2018, lote 492, Munique, Alemanha.

    Gourd, reddish brown patina, black pigment, in the shape of a calabash serving as container for water, smoke tube from bamboo, metal base. Just like earth and tube pipes the water pipe was already known in Africa before the tobacco came to arrive. The water pipe was brought along by arabian and persian merchants within the first centuries AD. Although lateron they were used for smoking tobacco as well, they predominantly served for the enjoyment of cannabis which is why their distribution was restricted on the area of East-, South- and Central Africa.
    Comparing literature: Mildner-Spindler, Roma, Rund um Tabakspfeifen, Berlin 1992, p. 19; Mário Fontinha e Acácio Vieira, Cabaças gravadas da Lunda, Lisboa; Companhia de Diamantes de Angola - Museu do Dundo, 1963, Portugal.
    Os Lundas, confinantes com os Chokwe e dos quais separam nos séculos XVII para XVIII, passaram de grande império para pequenas bolsas na dependência daqueles.
    Os Chokwe, beneficiando do comércio de marfim, borracha, cera e escravos africanos, emergiram ao longo do século XIX na savana da atual República Democrática do Congo e Angola tornando-se parceiros comerciais ativos com os comerciantes da Europa e do Novo Mundo. Como importantes governantes regionais, o seu prestígio e poder reflete-se na arte que encomendavam para as suas cortes, como as esculturas dos seus antepassados, as cadeiras em que se sentavam para receber os comerciantes europeus, ou as máscaras para os seus ritos de passagem, onde se definia a coesão social. O ancestral dos Chokwe é o herói cultural Chibinda Ilunga, lendário caçador, em princípio, Luba e que tendo casado com a rainha Lunda Lueji A'Nkonde (c. 1635- c. 1670), deram origem ao reino Chokwe, que se separa assim do velho reino Lunda. A sua história em Angola foi levantada pelo general Henrique Augusto Dias de Carvalho (1843-1909), Expedicao portuguesa ao Muatian vua (1884-1888). Ethnographia e historia tradicional dos povos da Lunda, 1890, mas a divulgação da sua escultura ficou a dever-se, especialmente, à investigadora Marie-Louise Bastin (1918-2000), La Sculpture Tshokwe, Paris, Alain et Françoise Chaffin, 1982. Este trabalho nasceu da constituição do Museu do Dundo, a partir de 1936, na sede da então Companhia de Diamantes de Angola (Diamang), que convidou esta investigadora da Universidade Livre de Bruxelas e colaboradora do Musée Royal de l'Afrique Central, geralmente designado como Museu de Tervuren, a partir de 1961, a permanecer algum tempo naquele museu. Veio assim a nascer o reconhecimento internacional da Arte Chokwe como uma das mais refinadas escolas de escultura subsarianas e, quase em paralelo com a corte do Benim, atingindo as suas peças os mais altos preços nos mercados internacionais de arte.