Brasão de armas dos que vêm de Duarte Brandão, oficina de António Godinho, 1525 (c.), Lisboa, Portugal.
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Descrição
Brasão de armas dos que vêm de Duarte Brandão.
Iluminura do Livro da Nobreza e Perfeiçam das Armas.
Também chamado Livro de António Godinho, fol. 18 v.
Oficina de António Godinho, 1525 (c.) e anos seguintes.
Encontra-se publicado com estudo de Martim de Albuquerque e arranjo gráfico João Paulo de Abreu e Lima, Livro da Nobreza e Perfeiçam das Armas, edições INAPA, Lisboa, 1986.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo (Mss 164), Lisboa, Portugal.
Pedro de Lima Brandão (c. 1640-1718) era o 2.º filho de Fernando de Lima Brandão (c. 1610-1662), comendador de S. Veríssimo de Lagares e de sua mulher D. Mariana de Noronha e Meneses, filha de António de Alcáçova Carneiro e neta, ou bisneta do célebre secretário Pedro de Alcáçova Carneiro (c. 1510-c. 1590), conde de Idanha ou das Idanhas (SOUSA, XII-I, 1747, 470). Os pais do futuro governador sempre viveram algo afastados da corte e muito envolvidos na administração da capela de Santa Ana, que o célebre Duarte Brandão, judeu sefardita de origem inglesa e cristão-novo em Portugal, instituíra no convento do Carmo de Lisboa no tempo de D. João II (1455-1595). Escreveu-se mais tarde, que Fernando de Lima Brandão e a mulher teriam mesmo pretendido fundar um novo convento carmelita e que, convidado para ocupar o lugar de vice-rei da Índia, Fernando de Lima, por modéstia, não aceitara (ST. ANA, 1745, I, 644).
O futuro governador da Madeira, como filho segundo, tinha sido capitão de cavalos na província do Alentejo (NORONHA, 1996, 57) e teve patente desse governo em 29 de maio de 1683, de que tomou menagem em Lisboa, a 23 de março do seguinte ano e a posse no Funchal, a 18 de abril, perante o anterior governador João da Costa de Brito (c. 1630-c. 1700). A sua passagem pelo governo da Madeira foi o mais discreta possível, provavelmente por ter estado no ano anterior no Funchal o desembargador Domingos de Matos Cerveira (ABM, ARM, CMF, RG, t7, fols. 63-63v), em sindicância à fazenda do Funchal e pelos problemas que teria havido com o tenente-general Inácio da Câmara Leme (1630-1694), mas essencialmente pelo espírito do próprio governador, que na documentação, inclusivamente, aparece quase que somente como Pedro de Lima, talvez para se demarcar da origem sefardita do seu tetravô.
Pedro de Lima Brandão entregou assim o controlo das companhias de ordenanças ao tenente-general, tal como o encarregou de proceder à resenha geral das armas da Coroa entregues aos capitães, dando posteriormente, a 20 de fevereiro de 1687, conhecimento ao Conselho de Guerra do seu estado das mesmas (IAN/TT, Conselho de Guerra, avulsos, cx. 121, mç. 46). As suas relações com o novo bispo do Funchal, D. Estêvão Brioso de Figueiredo (c. 1620-1689), que aliás recebeu na cidade, a 17 de abril de 1685, também teriam sido o mais cordatas possível. O bispo fora transferido para o Funchal de Pernambuco, onde fora o primeiro prelado, dados os inúmeros problemas que ali enfrentara, chegando a sua residência a sofrer fogos cruzados de arcabuz advindos de rixas locais, mas vinha já com a saúde muito abalada, acabando por se retirar para o continente, onde faleceu.
O governador entregou o bastão em 13 de abril de 1688, a D. Lourenço de Almada (1645-1729), retirando-se para Lisboa. Em junho de 1690, os oficiais da câmara do Funchal protestariam pelo juiz de fora ter sido encarregado de tirar residência ao ex-governador, alegando que havia muitos meses que o mesmo, alegando doença, fora escusado do cargo na câmara e substituído pelo vereador mais velho, logo se não podia ser juiz de fora da câmara, também não podia tirar residência ao ex-governador (ABM, Ib., Vereações, liv. 1339, fols. 19v-21). Pedro de Lima Brandão não casou (SOUSA, XII-I, 1747, 470) e dedicou-se em Lisboa a reformar a capela de Santa Ana do convento do Carmo, capela que passaria depois a um ramo lateral (ST. ANA, ib., p. 641). Faleceu em Lisboa, sendo Concelheiro de Guerra no ano de 1718 (NORONHA, ib.).