Bocas-de-fogo do miradouro do Fortim do Faial, 1780 a 1820 (c.), Faial, Santana, ilha da Madeira.
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Descrição
Bocas-de-fogo do miradouro do Fortim do Faial.
Bocas-de-fogo de arsenal inglês, 1780 a 1820 (c.)
Construção de campanha romântica de 1920 (c.) a 1950 (c.)
Antiga propriedade dos herdeiros do Dr. João Catanho de Meneses (1854-1942).
Fotografia da SRTC, 2021.
Faial, Santana, ilha da Madeira.
O Miradouro do Forte do Faial, ou Fortim do Faial, construído sobre uma provável vigia do século XVIII e com uma fantástica vista sobre a freguesia do Faial, Ponta de São Lourenço e Ponta do Clérigo, tal como, inclusivamente, a ilha do Porto Santo é, desde 16 maio 1996, Monumento de Valor Local e, nesse ano, mediante autorização dos proprietários, foi objeto de obras de conservação e restauro, passando a constituir um espaço cultural, com uma pequena sala de exposição permanente, resultante de uma parceria entre a Secretaria Regional do Turismo e Cultura e a Câmara Municipal de Santana. Por resolução do GR de 16 set. 2021, na sequência de anteriores negociações, foi acordada a compra, por parte da Região, por de 255,6 mil euros, sendo de novo reabilitado e inaugurado a 12 set. 2023.
Dr. João Catanho de Meneses (Faial, 17 abr. 1854; Cabeço de Montachique, 16 maio 1942). Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, montou banca em Lisboa, representando a Madeira nas legislaturas de 1890, 1897 a 1899, 1900 e 1905 a 1906. Militava então no Partido Progressista e, com a implantação da República, veio a aderir ao Partido Democrático, pelo qual veio a ser ministro da Justiça no governo de José Ribeiro de Castro (1848-1929), em 1915. Saiu do ministério com a declaração de guerra da Alemanha a Portugal, mas retornaria à pasta da Justiça de fev. a dez. 1922, de jul. a nov. 1924 e de ago. 1925 a 28 Maio 1926. Seria, entretanto e também, deputado, senador e presidente da Câmara Municipal de Lisboa, em ago. 1925, de onde, a 28 Maio 1926 seria afastado e substituído pelo também madeirense coronel Vicente de Freitas (1869-1952). Voltaria à advocacia e seria durante os anos seguintes presidente do conselho superior disciplinar da Ordem dos Advogados. Deve-se ao mesmo, em princípio, a recolha das bocas-de-fogo inglesas de ferro abandonadas pelas praias do Norte da Ilha.
As antigas fortalezas costeiras das ilhas e costas do Atlântico, mas também do Índico e do Pacífico, encontram-se hoje equipadas/decoradas com bocas-de-fogo de ferro navais inglesas provenientes das praias próximas, na ordem de muitos, mesmo milhares. Primeiro, porque as de bronze, sendo de material reciclável, só pontualmente chegaram aos nossos dias, depois, porque pelas ordenanças navais inglesas, as bocas de fogo de ferro que atingissem 300 disparos efetuados, deveriam ser obrigatoriamente lançadas na primeira praia onde o navio varasse, essencialmente, por questões de segurança, pois que os acidentes eram mortais para as guarnições e, também, por não serem recicláveis.