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Arquipelago de Origem:
Madrid
Data da Peça:
1520-00-00
Data de Publicação:
27/10/2024
Autor:
Arsenal castelhano e português
Chegada ao Arquipélago:
2024-10-27
Proprietário da Peça:
Museu Naval de Madrid
Proprietário da Imagem:
Nicolas Pérez,/Wiky
Autor da Imagem:
Nicolas Pérez,
Berços dos inícios e meados do século XVI, 1520 (c.) e 1550 (c.), do Museu Naval de Madrid, Espanha.

Categorias
    Descrição
    Berços dos inícios e meados do século XVI.
    Culebrina española de bronce
    Culebrina portuguesa de bronce.
    Boca de fogo de bronze castelhana, 1520 (c.), de  3,8 cm. de calibre e portuguesa, com Santo sobre o reforço, calibre
    Arsenal português da época de D. João III (1502-1557) (atr.), 155o (c.).
    Não se trata, a segunda, de uma colubrina legítima.
    Fotografia de Nicolas Pérez, 24 de janeiro de 2016
    Museu Naval de Madrid (Nº inv. 1407 e 1406), Espanha.

    Berços eram peças fabricadas em bronze e que possuíam três câmaras para a pólvora. Apesar de utilizada em operações terrestres predominavam sobretudo a bordo das embarcações portuguesas. Tinham um alcance de 250 m. Existem vários exemplares, tendo o primeiro conhecido sido levantado na baía de Angra do Heroísmo, ainda nos finais do século XIX e integrando o Museu Militar de Lisboa, tendo, recentemente, sido depositado no Museu de Angra do Heroísmo.
    A artilharia foi, desde sempre, objeto de especial atenção e cuidado pelos monarcas portugueses, com especial destaque para D. João II (1455-1495) e D. Manuel I (1469-1521). Face ao sucesso observado com a artilharia de carregamento pela culatra, embarcada nas naus de “guarda-costas”, desde os seus primórdios, ainda em ferro forjado, nos últimos anos do século XV, esta evoluiu para a artilharia em bronze fundido, muito mais elástico e resistente aos efeitos da água do mar que o ferro. Em carta de 22 de março de 1515, Estevam Paes, chefe da Fundição de Lisboa, participa a El-Rei D. Manuel I, o sucesso obtido com as peças inventadas por [para] este monarca “…e que os tiros granadas de berço, que Vossa Alteza inventou […] tiraram de Cata-que-Farás [atualmente a zona do Cais do Sodré] ao pontal de Almada [Cacilhas] […] que a meu parecer sam os mais prestes tiros e artilharia que pera as naos se pode fazer e haverem bençam…”. O alcance do tiro, considerado notável na sua época, corresponde a uma distância de 1750 m. O mesmo, combinado com a elevada cadência que estas peças asseguravam, graças ao carregamento pela culatra, com as câmaras pré-carregadas com pólvora, explica a utilização generalizada dos berços em bronze em diversas embarcações do século XVI e grande parte de XVII.
    Uma colubrina, culebrina, culverin ou couleuvrine, designação associada à forma de uma cobra (do termo latino colubra), é uma peça de artilharia de tiro tenso, cuja alma, para isso, tem de comprimento mais do que 32 vezes o diâmetro do calibre, como oficialmente foi definido em França na época de Francisco I (1494-1547). A grande colubrina francesa com as armas de Emery d'Amboise (1434-1512), da Ordem dos Hospitalários de São João de Jerusalém, datável de 1503 a 1512, com 5,4 metros e 3343 kgs., será a maior peça do género, distanciando-se um pouco da portuguesa fundida em Goa, em 1537, por João Vicente, o Dragão de Santa Catarina, dada como dupla colubrina, com 5,28 metros; alma, 4,93 m.; calibre: 16,3 cm., ou a de João Dias, fundida em 1545, hoje no Museu de Angra, nos Açores, com um comprimento de cano de 4,3 metros e um calibre de 12 cm.