Arquiduque Otão de Habsburgo aguardando a mãe junto da fonte do Monte, 19 de maio de 1922, Monte, Funchal, ilha da Madeira
Categorias
Descrição
Arquiduque Otão de Habsburgo aguardando a mãe junto da fonte do Monte.
(1912-2011)
Fotografia de 19 de maio de 1922.
Colecção Perestrellos Photographos, Photographia-Museu Vicentes (envelope 44), Museu de Fotografia da Madeira Atelier Vicente's.
Fotografia de Pedro Bugarin, 20 de setembro de 2022, Museu Quinta das Cruzes.
Monte, Funchal, ilha da Madeira.
O arquiduque Otto (ou Otão) de Habsburgo (Reichenau an der Rax, Viena, 20 nov. 1912; Pocking, Baviera, 4 jul. 2011) era o chefe da casa dinástica de Habsburgo e o filho mais velho de Carlos da Áustria (Habsburgo-Lorena; Viena, 17 ago. 1887; Funchal, Monte, 1 abr. 1922), último Imperador da Áustria e último Rei da Hungria, e de sua esposa, Zita de Bragança Bourbon-Parma (Lucca, 9 maio 1892; 14 mar. 1989), filha do duque de Parma e da princesa Maria Antónia de Portugal, logo, neta de D. Miguel de Portugal. Foi membro do Parlamento Europeu pelo partido União Social Cristã da Baviera (CSU) e presidente da União Internacional Pan-Européia. Em Nov. 1916, Otto tornou-se príncipe-herdeiro do Império Austro-Húngaro quando seu pai, o arquiduque Carlos de Áustria, ascendeu ao trono, sendo coroado em Budapeste, em 30 Dezembro de 1916. Entretanto, em 1918, no final da Primeira Guerra Mundial, ambas as monarquias foram abolidas e substituídas pelas repúblicas da Áustria e da Hungria, e a família imperial foi forçada ao exílio, apesar de Carlos nunca ter abdicado do trono, tendo o parlamento austríaco oficialmente expulsado a dinastia Habsburgo e confiscado todas as propriedades da Coroa Imperial pelo ato Habsburgergesetz de 3 abr. 1919. A família Imperial passou os anos seguintes na Suíça e, mais tarde, mudou-se para a ilha da Madeira, onde o ex-imperador Carlos de Áustria veio a falecer prematuramente em 1922. Com isso, e apenas aos dez anos de idade, o arquiduque Otto von Habsburgo passou a ser o pretendente ao trono, situação que permaneceu até falecer, embora abdicando por razões práticas, como referiu e políticas, em maio 1961. Em 1935, Otto tinha-se graduado em Ciência Política e Ciências Sociais pela Universidade Católica de Leuven e, em 1940. Entretanto, ainda chegara a ter tido possibilidades de recuperar algum dos tronos de seu pai, mas a sua cidadania foi-lhe retirada por Adolfo Hitler (1889-1945), em 1941, tornando-o apátrida, sendo salvo pelo cônsul português Aristides de Sousa Mendes (1885-1954), que lhe passou passaporte português, tal como aos restantes membros da família, possibilitando-lhes chegar à América do Norte. Regressado à Europa, casou em 1951 com a princesa Regina de Saxe-Meiningen (1925-2010), havendo uma descendência de sete filhos e 22 netos. Foi membro do Parlamento Europeu eleito deputado pelo partido União Cristã da Baviera (CSU) em 1979, cargo que ocupou durante vinte anos, até 1999 e presidente da União Internacional Pan-Europeia. O seu funeral ocorreu em Viena de Áustria, na Saint Stephans Cathedral, a 16 jul. 2011, ficando depositado o corpo na cripta do convento dos Capuchinhos e, em Budapeste, abadia Beneditina de Pannonhalma, onde ficou o coroação, reunindo os membros de governo e os representantes das principais casas reais europeias.
A Fonte do Monte, originalmente construída no Século XVI, de que subsistem desenhos, fotografias e um dos capitéis de gosto manuelino no local, foi em 1777 objecto de reconstrução e melhoramentos, introduzidos por iniciativa do cônsul inglês Charles Murray (c. 1730-1808), ao tempo, proprietário dos terrenos circundantes. Tendo sido destruída pela queda de um castanheiro num temporal ocorrido em 1896, foi novamente reconstruida por ordem da Câmara Municipal do Funchal em 1897, desta vez em mármore de Vila Viçosa pela firma Moreira Rato de Lisboa, que se especializara na construção de jazigos e mausoléus. A nova fonte é toda construída em mármore, em estilo Neo-Renascentista, mantendo num pequeno nicho a antiga imagem de Nossa Senhora da Conceição ao gosto dos finais do Séc. XVIII. O conjunto do fontanário, jardim e coreto românticos, juntamente com a Igreja de Nossa Senhora do Monte, constituem o mais importante local de devoção religiosa da Ilha da Madeira.