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Arquipelago de Origem:
Madeira
Data da Peça:
1599-00-00
Data de Publicação:
27/12/2022
Autor:
Tristão Gomes de Castro
Chegada ao Arquipélago:
2022-12-27
Proprietário da Peça:
IAN/TT
Proprietário da Imagem:
Aurelio Vargas Díaz-Toledo
Autor da Imagem:
Aurelio Vargas Díaz-Toledo
Argonautica da Cavalaria, Terceira parte, Tristão Gomes de Castro, 1599-1607, IAN/TT, Lisboa, Manuscritos da Livraria, códice 1143, fol. 1 r., Portugal.

Categorias
    Descrição
    Argonautica da Cavalaria, Terceira parte.
    Tristão Gomes de Castro (1539-1611), 1599-1607
    IAN/TT, Lisboa, Manuscritos da Livraria, códice 1143, fol. 1 r.
    Pub. por Aurelio Vargas Díaz-Toledo (1978-), Universidade do Porto, "La Argonáutica da Cavalaria de Tristão Gomes de Castro: hallazgo de la Tercera y Cuarta partes", in Histórias Fingidas, projetto Mambrino, Madrid. 2017, p. 40

    Tristão Gomes de Castro, fidalgo da corte de D. João III, Cavaleiro da Ordem de Cristo, alferes-mor da ilha da Madeira, terá nascido no Funchal a 3 de setembro de 1539, como assinalou Henrique Henriques de Noronha, que aponta aquela data também como a do parto e subsequente falecimento de D. Joana Gomes de Castro, mãe de Tristão, ficando viúvo o pai, Cristóvão Martins de Agrinhão e Vargas. Ainda de acordo com Noronha, o primeiro nome da criança teria sido Francisco, mas o triste sucesso com sua mãe levara a que fosse batizado como Tristão, de acordo com o que era costume na época. Sobre a genealogia de Tristão Gomes de Castro, Henrique Henriques de Noronha, aliás seu descendente, refere que o pai era um nobre castelhano fidalgo da casa de D. Jaime I de Bragança, que, provavelmente, terá vindo para Portugal na qualidade de mordomo-mor da duquesa de Bragança, tendo partido para o Peru depois da violenta morte desta, onde fez fortuna. A família ganhou, posteriormente, a alcunha de Peru, como afirma Henrique Henriques Noronha, por Cristóvão de Vargas “haver estado naquele reino, em Índias de Castela” (NORONHA, 1996, 451). O seu avô materno era Bárbaro Gomes Ferreira, fidalgo da casa real de D. Manuel I e vedor das obras da Sé, descendente do trovador João Gomes de Abreu. Por parte da mãe, Tristão Gomes de Castro, foi o herdeiro da casa Gomes de Castro.
    Tristão Gomes de Castro casou-se por duas vezes, a primeira com uma dama da Rainha D. Catarina de Áustria, chamada Isabel Andrada, quando ainda estava na corte de D. João III, gerando-se deste matrimónio dois filhos, João Gomes de Castro e Guiomar de Andrada. Após a morte prematura de Isabel de Andrada, Tristão Gomes de Castro regressou à Ilha, casando-se com Andreza d’Abreu, natural do Funchal, no dia 25 de novembro de 1567, na Sé do Funchal, nascendo desta união cinco filhos, segundo Díaz-Toledo: Diogo Carreiro de Castro, António Gomes de Castro, Antónia de Abreu, Joana de Abreu e Francisca de Castro.
    A presença do seu provável retrato na capela-mor da igreja do Colégio dos Jesuítas do Funchal parece provir do legado dos Andrada ou Andrade da Silva. Assim, Dona Helena de Bettencourt Vasconcelos (c. 1572-1626), filha de João de Bettencourt de Vasconcelos (1535-1618) e de D. Branca Leitão (c. 1535-1594), casou a 29 de janeiro de 1592 com António de Andrade da Silva (fal. 16 ago. 1620), filho de Pedro Gonçalves de Andrade (1544-1606) e D. Maria de Brito (c.1544-1585). Não havendo descendência do casamento, legou os seus bens ao colégio dos Jesuítas, tal como suas primas e cunhadas D. Isabel da Andrade da Silva e D. Brites Andrade da Silva, que não haviam casado. Repousam as três sob esta lápide, como consta da inscrição (hoje tapada pelo soalho): Sepultura de D. Ellena de Bettencurt fundadora desta capela e de suas primas e cunhadas D. Brites da Silva e D. Izabel da Silva, insignes benfeitoras desta Igreja e Collegio. A estarem corretas as identificações das armas como de Bettencourt, Andrade, Silva e Brito, poderiam ser as do casal Helena e António de Andrade da Silva.