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Arquipelago de Origem:
Lisboa (cidade)
Data da Peça:
1940-00-00
Data de Publicação:
06/04/2024
Autor:
António Teixeira Cabral
Chegada ao Arquipélago:
2024-04-06
Proprietário da Peça:
Privado
Proprietário da Imagem:
Privado/Manuel Mota
Autor da Imagem:
Privado/Manuel Mota
António Ferro e Eu, caricatura de Teixeira Cabral, 1940 (c.), Lisboa, Portugal.

Categorias
    Descrição
    António Ferro e Eu.
    António Joaquim Tavares Ferro (1895-1956)
    Desenho a tinta-da-china sobre papel.
    António Teixeira Cabral (1910-1980), 1940 (c.).
    Uma outra versão desta caricatura, a cores e de 1955, entre outras que teria feito, apareceu na Cabral Moncada Leilões, a 18 de fevereiro de 2014, lote 156, avaliada em 300 a 450 euros e foi vendida por 300.
    Coleção particular, Lisboa, Portugal.

    António Ferro (Lisboa, 1895; idem. 1956) com apenas 19 anos foi editor da revista Orfheu, responsabilidade para que foi escolhido por Fernando Pessoa (1888-1935) precisamente por ser ainda menor. Foi jornalista nos diários O Jornal, 1915, dirigido por Boavida Portugal e no qual também colaborou Fernando Pessoa, O Século e Diário de Notícias, dirigindo a revista Ilustração Portuguesa e fundando depois a revista Panorama. Em 1921 publicou o manifesto modernista Nós, tendo ainda colaboração na revista Alma Nova, começada a editar em Faro em 1914. Simpatizante do fascismo, fascinado por Benito Mussolini (1883-1945) e pelos regimes autoritários da época, viria a escrever um trabalho, em 1926 e editado no ano seguinte, Viagem à Volta das Ditaduras, com prefácio de Filomeno da Câmara de Melo Cabral (1873-1934), tendo sido ele quem sugeriu a Salazar (1889-1970) a criação de um organismo que fizesse propaganda aos feitos do regime, sob o lema Política do Espírito, altura em que publica uma conjunto de entrevistas com Salazar: Salazar, o Homem e a Obra, 1933. Esse organismo chamou-se, a partir de 1933, Secretariado de Propaganda Nacional até ao final da II Grande Guerra, quando passou a chamar-se Secretariado Nacional de Informação, ou SNI. Através deste organismo articularam-se as áreas do espetáculo, jornalismo, turismo e as atividades culturais em geral ligadas ao Estado Novo, sendo Ferro comissário-geral das exposições internacionais de Paris (1935) e de Nova Iorque (1938), sendo fundador do Museu de Arte Popular, das Pousadas de Portugal, da Sociedade Portuguesa de Autores, do Círculo Eça de Queiroz e do Grupo de Bailado Verde Gaio, e presidente da Emissora Nacional (1941). António Ferro, dirigiu aquele organismo até 1949, quando partiu, ou foi forçado a partir, para a legação portuguesa em Berna.
    António Teixeira Cabral (Funchal, 29 jan. 1908-Lisboa, 1 jul. 1980) caricaturista que iniciou a sua atividade nos finais dos anos 20, integrado-se no modernismo português, destacou-se pelo seu traço sintético de sentido crítico e humor subtil, integrando quase sempre a sua caricatura nos trabalhos que foi produzindo. Com trabalhos publicados em inúmeros periódicos continentais, logo em 1928, no Sempre Fixe,  seguindo-se, no início dos anos 30, uma ligação ao Diário de Notícias, como efetivo (1932-1938) e no qual publica trabalhos ocupando lugar na primeira página. Dada a sua origem, igualmente mantém colaboração no Re-Nhau-Nhau do Funchal, entre 1930 e 1934. Apresentaria, entretanto, várias exposições individuais, inclusivamente, na Galeria UP, de António Pedro  (da Costa, 1909-1966) e, depois, de Thomaz de Mello, Tom (1906-1990), onde igualmente expuseram os maiores modernistas portugueses.