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Arquipelago de Origem:
Portugal
Data da Peça:
2024-12-14
Data de Publicação:
16/12/2024
Autor:
Luzia
Chegada ao Arquipélago:
2024-12-16
Proprietário da Peça:
Colibri
Proprietário da Imagem:
Colibri
Autor da Imagem:
Vários/Fundação António Quadros
Adeus por hoje ... Cartas de Luzia para Fernanda de Castro e António Ferro, Lisboa, Colibri, dez. 2024, Portugal

Categorias
    Descrição
    Adeus por Hoje ...
    Cartas de Luzia para Fernanda de Castro e António Ferro
    (1875-1945), (1900-1994) e (1895-1956)
    Coordenação de Luísa Antunes Paolinelli e Ana Cristina Trindade, Lisboa, Colibri, dez. 2024, Portugal
    Lançamento na FNAC Funchal, 14 de dezembro de 2024, ilha da Madeira


    A maioria das cartas de Luísa para Maria Fernanda revela quase tanto da autora como da destinatária [...]. Quando Luísa da vida se libertou, Maria Fernanda tinha 44 anos, viveria ainda outros 50 sem nunca esquecer a amiga [...]. São suas estas palavras: «Não, Luísa não morreu. Luísa Grande fez mais uma vez as malas e mais uma vez partiu. Para onde? Para um país secreto, misterioso, que é a pátria das almas, e onde um dia, levada pela mesma corrente impetuosa do tempo, irei procurá-la para matar esta grande, dolorosa, saudade e, mais uma vez, com ela, falar da vida, amar a vida, glorificar a vida.» Sim, eram diferentes, não muito, mas, sim, diferentes. Mas iguais em tudo o que no mais fundo de si mesmas as definia, a sensibilidade, a entrega, o lirismo e a capacidade de amar. [Mafalda Ferro – FUNDAÇÃO ANTÓNIO QUADROS]
    Diz a Fernanda que o outono é menos triste em Portugal. Mas roubar a tristeza ao outono é roubar-lhe o seu maior encanto... E a respeito da palavra coração ocupar ainda um grande lugar na nossa terra, responder- lhe-ei que dela se abusa terrivelmente, como se abusa de todas as palavras. Há a mania de afficher o sentimentalismo. E eu prefiro aquele que se cala, que se esconde, que finge rir, para não chorar. [...] E o seu romance? Estou desejando lê-lo, [...] – em Lisboa mo dará – Quando? Não sei ainda. Talvez em novembro – Tenho pena de deixar o meu querido Hameau e o meu “douce Monastère”. Mas tenho também muitas saudades do céu de Lisboa, das minhas amigas de Lisboa...
    E adeus por hoje, senhora Pantera. Um abraço da sua amiga, Luísa. (Hameau-Pau, Route de Morlaàs, 9 de outubro de 1928)
    Luísa Susana Grande de Freitas Lomelino (Portalegre, 15 fev. 1875; Funchal, 10 dez. 1945) era filha do antigo secretário-geral do Governo Civil do Funchal Dr. Eduardo Dias Grande (c. 1850-1881) e de D. Luiza Ana de Freitas Lomelino, filha do morgado das Cruzes, Nuno de Freitas Lomelino (1820-1880) e de D. Ana Welsh de Freitas Lomelino, ainda sua prima. Casou com o morgado do Jardim do Mar, Francisco João de Vasconcelos do Couto Cardoso (Funchal, 9 mar. 1870; Lisboa, 13 abr. 1928), mas divorciou-se pouco depois, dedicando-se à literatura sob o pseudónimo de Luzia.
    Luísa Antunes Paolinelli é docente da Faculdade de Letras e Ciências, Professora Associada com Agregação da Faculdade de Artes e Humanidades da Universidade da Madeira, publica na área de Literatura e Cultura e também se dedica à tradução. Membro de Centro de Estudos Globais e do CLEPUL, coordena o núcleo de investigadores deste Centro na UMa. É presidente da ADEGI, Associação para o Desenvolvimento dos Estudos Globais e Insulares. Participa em vários Comités Científicos de revistas portuguesas e estrangeiras e é membro do conselho científico de instituições de investigação, como a Academia Lusófona Luís de Camões, a Fondazione Nazionale Carlo Collodi e o Centro de Estudos Europes Sirio Giannini, entre outras.
    Ana Cristina Machado Trindade. É doutorada em História pela Universidade da Madeira. Dedica-se, sobretudo, ao estudo de temas de História Religiosa. Pertence ao CLEPUL e dedica-se ao estudo de assuntos ligados à história, cultura e literatura madeirenses. É coordenadora executiva do Grande Dicionário Enciclopédico da Madeira.