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Arquipelago de Origem:
Lisboa (cidade)
Data da Peça:
1913-08-18
Data de Publicação:
27/03/2024
Autor:
Ilustração Portuguesa
Chegada ao Arquipélago:
2024-03-27
Proprietário da Peça:
Hemeroteca digital de Lisboa
Proprietário da Imagem:
Hemeroteca Digital de Lisboa
Autor da Imagem:
Hemeroteca Digital de Lisboa
A peça histórica «Guiomar Teixeira» de João dos Reis Gomes, Ilustração Portuguesa, nº 161, Lisboa, 18 de agosto de 1913, Portugal

Categorias
    Descrição
    A peça histórica «Guiomar Teixeira».
    João dos Reis Gomes (1869-1950)
    Ilustração Portuguesa, 2ª série, nº 161, p. 391, Lisboa, 18 de agosto de 1913, Portugal.
    A mesma revista, a 22 de março de 1909, já havia noticiado a publicação de A Filha de Tristão das Damas de João dos Reis Gomes, primeira versão desta obra.

    Em 1913 teve o Teatro Funchalense as várias representações da peça do capitão João dos Reis Gomes, intitulada Guiomar Teixeira, sendo introduzido pela primeira vez o cinema como apoio a ação representada. Esta peça tinha por base a novela histórica A Filha de Tristão das Damas, que o autor publicara em 1909, logo noticiada em Lisboa, como então a versão para teatro. Entraram em cena elementos da família Reis Gomes, como o próprio autor, tal como da família do capitão Alberto Artur Sarmento (1878-1953), para além de outras personalidades da principal sociedade funchalense. Os trajos da época e os adereços foram desenhados pelo antigo diretor da Escola Industrial do Funchal, professor Cândido Pereira (1872-c. 1935), já então no continente e a execução do cenário foi encomendada em Madrid. A representação desta peça tem sido considerada um dos pontos altos da cultura madeirense, sendo a primeira vez que a nível nacional e em teatro, se utilizaram efeitos especiais com base no cinema. Marca também esta peça o início duma época de revivalismo histórico, que teria o seu apogeu em 1922, com as Comemorações do V Centenário do Descobrimento da Madeira e onde a peça voltou a ser reposta. O êxito da peça foi tal, que logo nesse ano foi convidada a Companhia Dramática Italiana, Vitaliani-Duse para se deslocar uma vez mais ao Funchal e repor a peça então em italiano, o que veio a acontecer em 1914, então como La Figlia dei Vice-Ré.
    João dos Reis Gomes (Fx. 5 jan. 1869-Id. 21 jan. 1950), oficial de Artilharia e escritor, interessou-se, sobretudo, pelo teatro, de que recolheu um importante acervo fotográfico e bibliográfico na sua Quinta Esmeraldo, a São Martinho, onde faleceu, infelizmente, parcialmente perdido com o seu falecimento, dado se encontrar no andar térreo e a propriedade ter ficado muitos anos inabitada. Frequentou as Escolas do Exército e Politécnica e foi oficial de Artilharia, onde foi promovido a major em 1916. Foi comandante da bateria de Guarnição da Madeira e Inspetor do Material de Guerra, reformando-se com esse posto. Licenciado em Engenharia Industrial, lecionou as disciplinas de Ciências, de 1900 a 1928 no Liceu do Funchal e, de 1928 a 1939, na Escola Industrial e Comercia de António Augusto de Aguiar, da qual foi diretor. Jornalista e escritor, foi fundador e redator efetivo do Heraldo da Madeira, distinguindo-se pelas suas críticas teatrais e sendo um profundo conhecedor dos assuntos desse meio, foi um dramaturgo de mérito, além de novelista, contista, crítico e filósofo de arte. Sócio correspondente da Academia de Ciências de Lisboa (classe de Letras) e oficial e comendador da Ordem de Santiago do Mérito Científico, Literário e Artístico, teve também reconhecimento fora do país, sendo membro de honra da Federação das Academias de Letras do Brasil e oficial da Academia de França.