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Arquipelago de Origem:
Funchal
Data da Peça:
1968-04-10
Data de Publicação:
24/08/2022
Autor:
Diário de Notícias do Funchal
Chegada ao Arquipélago:
2022-08-24
Proprietário da Peça:
ABM/ARM
Proprietário da Imagem:
ABM/ARM
Autor da Imagem:
ABM/ARM/Rui Carita
A Imperatriz Zita da Áustria na Madeira in Diário de Notícias do Funchal, 10 de abril de 1968, ilha da Madeira

Categorias
    Descrição
    A Imperatriz Zita da Áustria na Madeira.
    (1892-1989)
    Acompanhada da filho mais velho, o arquiduque Otão de Habsburgo (1922-1993), a arquiduquesa Adelaide de Habsburgo (1914-1971) e os primos D. Duarte Nuno (1907-1976), duque de Bragança e a infanta D. Filipa de Bragança (1905-1990).
    Diário de Notícias, direção de Alberto de Araújo (1903-1977), Funchal, 10 de abril de 1968, p. 3.
    Levantamento para a entrada do DEM Fernando de Almeida Couto (1924-2005), jul.-ago. 2022.
    Funchal, ilha da Madeira.

    A princesa Zita de Bragança Bourbon-Parma (Lucca, 9 maio 1892; 14 mar. 1989), filha do duque Roberto de Parma (1848-1907) e da princesa Maria Antónia de Portugal (1862-1959), logo, neta de D. Miguel de Portugal (1802-1866), casou, em 21 de outubro de 1911, com o arquiduque Carlos de Habsburgo (Habsburgo-Lorena; 17 ago. 1887 - 1 abr. 1922), de cujo casamento houve larga descendência. Carlos de Habsburgo herdou, depois, o trono da Áustria, pelo assassinato do seu tio, arquiduque Francisco Fernando (1863-1914) e com o falecimento do avô Francisco José I (1830-1916), tornando-se em 1916 imperador da Áustria, rei da Hungria e da Boémia, mas acabando por ser afastado na sequência da primeira Grande Guerra. Exilado na Madeira, Carlos veio a falecer na Quinta do Monte, de pneumonia dupla, a 1 de abril de 1922, sendo depois beatificado pelo papa João Paulo II (1920-2005). A ex-imperatriz Zita haveria de regressar mais algumas vezes à Madeira e de sobreviver para além dos 90 anos, decorrendo também um processo beatificação a seu respeito.
    O arquiduque Otto (ou Otão) de Habsburgou(Reichenau an der Rax, Viena, 20 nov. 1912; Pocking, Baviera, 4 jul. 2011) era o chefe da casa dinástica de Habsburgo e o filho mais velho de Carlos da Áustria (Habsburgo-Lorena; Viena, 17 ago. 1887; Funchal, Monte, 1 abr. 1922), último Imperador da Áustria e último Rei da Hungria, e de sua esposa, Zita de Bragança Bourbon-Parma (Lucca, 9 maio 1892; 14 mar. 1989), filha do duque de Parma e da princesa Maria Antónia de Portugal, logo, neta de D. Miguel de Portugal. Foi membro do Parlamento Europeu pelo partido União Social Cristã da Baviera (CSU) e presidente da União Internacional Pan-Européia. Em nov. 1916, Otto tornou-se príncipe-herdeiro do Império Austro-Húngaro quando seu pai, o arquiduque Carlos de Áustria, ascendeu ao trono, sendo coroado em Budapeste, em 30 dezembro de 1916. Entretanto, em 1918, no final da Primeira Guerra Mundial, ambas as monarquias foram abolidas e substituídas pelas repúblicas da Áustria e da Hungria, e a família imperial foi forçada ao exílio, apesar de Carlos nunca ter abdicado do trono, tendo o parlamento austríaco oficialmente expulsado a dinastia Habsburgo e confiscado todas as propriedades da Coroa Imperial pelo ato Habsburgergesetz de 3 abr. 1919. A família Imperial passou os anos seguintes na Suíça e, mais tarde, mudou-se para a ilha da Madeira, onde o ex-imperador Carlos de Áustria veio a falecer prematuramente em 1922. Com isso, e apenas aos dez anos de idade, o arquiduque Otto von Habsburgo passou a ser o pretendente ao trono, situação que permaneceu até falecer, embora abdicando por razões práticas, como referiu e políticas, em maio 1961. Em 1935, Otto tinha-se graduado em Ciência Política e Ciências Sociais pela Universidade Católica de Leuven e, em 1940, entretanto, ainda chegara a ter tido possibilidades de recuperar algum dos tronos de seu pai, mas a sua cidadania foi-lhe retirada por Adolfo Hitler (1889; 1945), em 1941, tornando-o apátrida, sendo salvo pelo cônsul português Aristides de Sousa Mendes (1885; 1954), que lhe passou passaporte português, tal como aos restantes membros da família, possibilitando-lhes chegar à América do Norte. Regressado à Europa, casou em 1951 com a princesa Regina de Saxe-Meiningen (1925; 2010), havendo uma descendência de sete filhos e 22 netos. Foi membro do Parlamento Europeu eleito deputado pelo partido União Cristã da Baviera (CSU) em 1979, cargo que ocupou durante vinte anos, até 1999 e presidente da União Internacional Pan-Europeia. O seu funeral ocorreu em Viena de Áustria, na Saint Stephans Cathedral, a 16 jul. 2011, ficando depositado o corpo na cripta do convento dos Capuchinhos e, em Budapeste, abadia Beneditina de Pannonhalma, onde ficou o coroação, reunindo os membros de governo e os representantes das principais casas reais europeias.
    D. Duarte Nuno de Bragança (Áustria, 23 set. 1907 - Lisboa, 24 dez. 1976), descendente do rei D. Miguel I, casou com D. Maria Francisca de Órleans Bragança (1914-1968) do ramo brasileiro dos Bragança, logo dos descendentes de D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal, para que os filhos recuperassem a legitimidade oficial em Portugal, pois D. Miguel abdicara dos seus direitos ao trono. Seriam pais de D. Duarte Pio de Bragança (Berna, Suíça, 15 maio 1945; ), que se casou a 13 de maio de 1995 com D. Isabel de Herédia, D. Miguel de Bragança (Berna, Suíça, 3 dez. 1946; ) e D. Henrique de Bragança (Berna, Suíça, 6 nov. 1949; Sintra, 14 fev. 2017).