Cena africana.
Óleo sobre madeira,  24 x 33 cm.
Mestre Frederico Ayres (1887-1963), 1944.
Não assinado, mas com inscrição no verso com a indicação do autor e da data, que se repete na legenda da moldura: Frederico Aires, Lourenço Marques, 1944.
Moçambique
Renascimento, leilão 138, Antiguidades, Arte Moderna e Contemporânea, 22 de novembro de 2023, lote 351, estimada entre €800 e €1.200.

Frederico Pereira Aires (1887-1963) estudou na Escola de Belas Arte de Lisboa, onde foi aluno de Carlos Reis (1863-1940), responsável pela sua integração na produção artística nacional, onde seguiu a via do tardo-naturalista comum aos principais pintores da sua época. Aderiu ao Grupo Ar-livre, por 1917, grupo liderado pelo seu mestre e professor, participando ativamente nas suas iniciativas, manifestando as suas paisagens e marinhas  uma grande sensibilidade às variações cromáticas e ao estado atmosférico de cada local, o que aproxima a sua obra dos valores e das técnicas dos impressionistas, então internacionalmente divulgados e cada vez mais aceites, como critério de modernidade. Nos anos 30 afastou-se do meio artístico português continental, instalando-se em Moçambique, embora em 1940 e não só, ainda assine obras no continente, mas estando desde 1938 radicado em Lourenço Marques (Maputo), onde veio a falecer em 1963. Nesta última fase reduziu a sua produção artística, essencialmente, a pintura a óleo sobre madeira de pequenas dimensões, de 20 para 30 centímetros, mais ou menos. Foi pai do também pintor João Aires (1921-2001), que regressado de Moçambique, onde se radicara em 1946, montou a sua casa-atelier em Vale de Lobos, em 1975, onde veio a falecer.