Apito de caça chokwe do leilão Zemanek-Münster de março de 2020, trabalho de 1940 (c.), Leste de Angola ou República Democrática do Congo
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Descrição
Apito de caça chokwe
Hunting whistle "kasengosengo", D. R. Congo, Chokwe · ID: 3046411
Madeira esculpida e patinada com argola metálica, 13 cm.
Escultor chokwe, 1940 (c.)
Leste de Angola ou República Democrática do Congo.
Antiga coleção Philippe & Lisa Laeremans, Liège, Belgium (1999); Peter Willborg (1955-2019) , Stockholm, Sweden.
Fotografia de 2 de dezembro de 2019.
Leilão Zemanek-Münster, 94th Tribal Art Auction, 7 de março de 2020, lote 74, vendido por 1.800 euros, Munique, Alemanha.
Wood, residues of black paint, metal, rep., base. Hunting whistles worn as pendants were used by the hunters to communicate with their companions or to call the dogs.
Comparing literature: Brincard, Marie-Therese, Sounding forms, New York 1989, p. 169.
Os Chokwe, beneficiando do comércio de marfim, borracha, cera e escravos africanos, emergiram ao longo do século XIX na savana da atual República Democrática do Congo e Angola tornando-se parceiros comerciais ativos com os comerciantes da Europa e do Novo Mundo. Como importantes governantes regionais, o seu prestígio e poder reflete-se na arte que encomendavam para as suas cortes, como as esculturas dos seus antepassados, as cadeiras em que se sentavam para receber os comerciantes europeus, ou as máscaras para os seus ritos de passagem, onde se definia a coesão social. O ancestral dos Chokwe é o herói cultural Chibinda Ilunga, lendário caçador, em princípio, Luba e que tendo casado com a rainha Lunda Lueji A'Nkonde (c. 1635- c. 1670), deram origem ao reino Chokwe, que se separa assim do velho reino Lunda. A sua história em Angola foi levantada pelo general Henrique Augusto Dias de Carvalho (1843-1909), Expedição portuguesa ao Muatian vua (1884-1888). Ethnographia e historia tradicional dos povos da Lunda, 1890, mas a divulgação da sua escultura ficou a dever-se, especialmente, à investigadora Marie-Louise Bastin (1918-2000), La Sculpture Tshokwe, Paris, Alain et Françoise Chaffin, 1982. Este trabalho nasceu da constituição do Museu do Dundo, a partir de 1936, na sede da então Companhia de Diamantes de Angola (Diamang), que convidou esta investigadora da Universidade Livre de Bruxelas e colaboradora do Musée Royal de l'Afrique Central, geralmente designado como Museu de Tervuren, a partir de 1961, a permanecer algum tempo naquele museu. Veio assim a nascer o reconhecimento internacional da Arte Chokwe como uma das mais refinadas escolas de escultura subsarianas e, quase em paralelo com a corte do Benim, atingindo as suas peças os mais altos preços nos mercados internacionais de arte.