Verso do pente Chokwe do leilão Zemanek-Münster de novembro de 2016, trabalho de 1890 (c.), Leste de Angola.
Categorias
Descrição
Verso do pente Chokwe de 1890 (c.).
Comb, 19th century, Angola, Chokwe.
Cisakulo
Madeira entalhada e patinada, 18 cm.
Escultor Chokwe, 1890 (c.), Leste de Angola.
Proveniente da antiga coleção Armand Arman (1928-2005), Paris, France / New York, USA
Fotografia de 15 de setembro de 2016.
Leilão Zemanek-Münster, 84rh Tribal Art Auction, 5 de novembro de 2016, lote 488, vendido por 3.000 euros, Munique, Alemanha.
Wood, shiny dark brown patina with remains of black paint, 11 teeth, ornamentally carved handle, upper rim in openwork design carved with anthropomorphic face, both sides individually designed, slightly dam., base (old collection number “2996”); base by Kichizô Inagaki (type made for the Geneviève Rodier Collection, sold by Ader-Picard-Tajan, Paris-Drouot, 30 May 1972).
Os Chokwe, beneficiando do comércio de marfim, borracha, cera e escravos africanos, emergiram ao longo do século XIX na savana da atual República Democrática do Congo e Angola tornando-se parceiros comerciais ativos com os comerciantes da Europa e do Novo Mundo. Como importantes governantes regionais, o seu prestígio e poder reflete-se na arte que encomendavam para as suas cortes, como as esculturas dos seus antepassados, as cadeiras em que se sentavam para receber os comerciantes europeus, ou as máscaras para os seus ritos de passagem, onde se definia a coesão social. O ancestral dos Chokwe é o herói cultural Chibinda Ilunga, lendário caçador, em princípio, Luba e que tendo casado com a rainha Lunda Lueji A'Nkonde (c. 1635- c. 1670), deram origem ao reino Chokwe, que se separa assim do velho reino Lunda. A sua história em Angola foi levantada pelo general Henrique Augusto Dias de Carvalho (1843-1909), Expedição portuguesa ao Muatian vua (1884-1888). Ethnographia e historia tradicional dos povos da Lunda, 1890, mas a divulgação da sua escultura ficou a dever-se, especialmente, à investigadora Marie-Louise Bastin (1918-2000), La Sculpture Tshokwe, Paris, Alain et Françoise Chaffin, 1982. Este trabalho nasceu da constituição do Museu do Dundo, a partir de 1936, na sede da então Companhia de Diamantes de Angola (Diamang), que convidou esta investigadora da Universidade Livre de Bruxelas e colaboradora do Musée Royal de l'Afrique Central, geralmente designado como Museu de Tervuren, a partir de 1961, a permanecer algum tempo naquele museu. Veio assim a nascer o reconhecimento internacional da Arte Chokwe como uma das mais refinadas escolas de escultura subsarianas e, quase em paralelo com a corte do Benim, atingindo as suas peças os mais altos preços nos mercados internacionais de arte.