Máscara elmo "lipiko" do The British Museum, escultor Makonde, 1950 (c.), Planalto de Mueda, Moçambique
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Descrição
Máscara elmo lipiko Makonde.
Helmet mask "lipiko", Mozambique, Makonde.
Madeira entalhada e patinada, relevada para aplicação de cabelo natural, com tatuagens aplicadas, 17,5 x 22 x 35,5 cm.
Escultor Makonde, 1950 (c.), Planalto de Mueda, Moçambique.
Doação de Mrs Margaret Plass (1896-1990) em 1957.
The British Museum (Af 1957,03.70), Londres, Inglaterra.
Utilizada tradicionalmente em danças mapiko por rapazes recém-iniciados ou por homens durante as mesmas cerimónias. O complexo do mapico ou mapiko é um conjunto de crenças e atividades de natureza ritual, visando principalmente o controle social. O mapico é a figura mais importante da cultura Makonde, ou Wamakonde, que envolve uma população de cerca de 500 mil indivíduos, entre o Norte de Moçambique e o sul da Tanzânia, símbolo vivo de um espírito humano, masculino ou feminino, utilizado pelos homens para dominarem pelo medo, mediante bailarinos mascarados, as mulheres e os jovens ainda não iniciados nos ritos de puberdade, não só contribuindo para integrar as crianças no grupo dos adultos, como para estabelecer o equilíbrio entre o grupo dos homens e o das mulheres. Mapiko é o plural de lipiko, nome por que é designada a máscara elmo. As máscaras mais comuns apresentam o batoque labial superior, nndoma, utilizado pelas mulheres desta etnia, representando assim um ancestral feminino, mas também caricaturas de personagens várias, inclusivamente, europeus, sendo acompanhadas nas danças por cânticos alusivos às mesmas e num quadro geral de crítica social. Ao longo dos meados do século XX começaram a aparecer dançarinos atuando fora das festas de iniciação (licumbi), sendo normal a organização de festas aos fins de semana, onde aparecem dançarinos mascarados e, nesse quadro, contundentes críticas sociais.