Galeaça Anne Galante, iluminura de Anthony Antony, 1546, The British Library, Londres, Inglaterra.
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Descrição
Galleass Anne Gallant.
Iluminura de Anthony Antony (c. 1520-c. 1564), 1546.
The Anthony Roll of Henry VIII's Navy, 1546. (segundo role)
The British Library, Londres, Inglaterra.
A galeaça Anne Gallant, aqui com os remos recolhidos, foi construida em 1545, com 300 para 450 toneladas, tendo sido armadas em 1546 com 7 peças de bronze e duas para três dezenas de armas de fogo em ferro. Não existem referências a seu respeito a partir de 1559. A galeaça era uma embarcação cuja proporção de comprimento sobre largura era menor que nas galés, sendo de 6 para 1 e mesmo de 5 para 1. Parecem ter sido inicialmente construídas por venezianos e as dimensões padrão no século XVII podiam ser 59 m de comprimento, 9 m de largura e 3,35 m de calado. Podiam levar cerca de 20 bocas-de-fogo e até 32 remos por banda, que podiam chegar a ser de 15 m de comprimento, o que exigia sete ou oito homens por remo. Eram de proa redonda como as naus e tinham normalmente de 3 ou 4 mastros, sendo mais lentas que as galés ordinárias e tendo também condições de navegação mais difíceis.
Dada também como galeaça era o La Girona, um grande navio de três mastros, que se movia à vela e à força de remos, que fora construído em Itália e requisitado para a mítica Invencível Armada. Parece que a sua guarnição compreendia, inicialmente, 121 marinheiros e 186 homens de guerra; mas a verdade é que, quando este navio se perdeu por encalhe em Lacada Point (na costa da Irlanda do norte, na noite de 26 de outubro, devido a violenta tempestade), transportava cerca de um milhar de pessoas. A maior parte delas havia sido resgatada de vários navios da armada -entre os quais se contavam o Santa Maria Encoronada e o Duquesa de Santa An - que se despedaçaram, pouco tempo antes, perto de Donegal. O La Girona tentava contornar a Irlanda, a fim de atingir a Escócia, um reino católico aliado da Espanha filipina. O desastroso encalhe deste navio ibérico teve como consequência a morte da maioria dos seus passageiros (fontes fidedignas apontam para apenas 10 sobreviventes) e a perda de um imenso e valioso espólio, que, ao que parece, fez a fortuna de alguns senhores locais e, depois do caçador de tesouros Rober Sténuit (1930-) que o levantou em 1968 e 1969.