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Arquipelago de Origem:
Freguesia da Sé (Funchal)
Data da Peça:
1898-00-00
Data de Publicação:
01/08/2024
Autor:
Joaquim Augusto de Sousa
Chegada ao Arquipélago:
2024-08-01
Proprietário da Peça:
Museu de Fotografia da Madeira
Proprietário da Imagem:
ABM
Autor da Imagem:
Joaquim Augusto de Sousa/ABM
Yorkshire Terrier do iate Rhouma numa cadeira de vime, fotografia de Joaquim Augusto de Sousa, 1898, Funchal, ilha da Madeira.

Categorias
    Descrição
    Yorkshire Terrier do iate Rhouma
    Iate propriedade de Sir George Bullough (1870-1939)
    Deck com mobiliário de vime.
    Joaquim Augusto de Sousa (1857-1933), 1898.
    Photographia-Museu Vicente's (JAS 697), Funchal, ilha da Madeira.

    Existe uma fotografia datada de 2 de abril de 1899, do fotógrafo amador João J. Teixeira de um jogo de futebol com uma equipa deste iate, jogo que teria sido um dos primeiros realizados na Praça Académica que veio a ser depois o Campo de D. Carlos e Campo Almirante Reis.
    O trabalho de verga, na Madeira, geralmente designado por obra de vimes, é comum em toda a Europa e noutros locais do mundo, parecendo ter vindo do Oriente e ter sido introduzido em tempos muito remotos nas culturas do Mediterrâneo através do Egito. Estes trabalhos são obtidos, prioritariamente, a partir dos ramos do vimeiro, arbusto que se cultiva na Madeira até uma altitude de cerca de 800 m, em locais húmidos e com abundância de água, quase sempre perto de ribeiras. O vimeiro cultivado na Madeira parece ser o cruzamento da espécie do género Salix alba L. (choupo) com o Salix fragilis L. (chorão), só existindo indivíduos femininos, mas que se multiplicam de estaca com uma extrema facilidade.
    A sua cultura esteve espalhada um pouco por toda a ilha, principalmente nos terrenos húmidos, leitos das ribeiras, lameiros e próximos das levadas, como acima referido. A poda do vimeiro executa-se desde janeiro até março, sendo então as longas hastes reunidas em feixes em seguida à colheita. O descasque pode ser quase imediato e feito a quente, por escaldão, mas ficando ligeiramente acastanhado e sendo utilizado em determinadas obras que não exigem o emprego de vime branco. Caso contrário, o seu tratamento exige mergulhar as pontas das hastes do vimeiro nas ribeiras, ou em tanques, onde fica cerca de mês e meio a três meses, para rebentar ou refilar o caule, após o que pode ser descascado, havendo cuidados especiais em que receba luz e o arejamento necessário, após o que se deve cortar a parte que esteve mergulhada na água. Após esta operação, o vime é seco ao sol durante cerca de dois meses e depois novamente humedecido para poder ser trabalhado.
    É a haste mole, flexível, comprida, delgada e resistente do vimeiro que constitui a matéria-prima para a produção dos diversos artefactos que constituem a obra de vimes. Em termos formais e funcionais, esta obra pode dividir-se em várias categorias, que vão desde obras mais ou menos leves, como cestos para flores e para pequenos objetos, até outra cestaria para uso doméstico e mais utilitário, mas também para utilização em tarefas agrícolas, como os “cestos vindimos”, para recolha da uva, tal como na construção civil e, depois, com um outro trabalho mais cuidado, em mobiliário diverso, com especial destaque para cadeiras, mesas, etc., a partir dos meados do século XIX, muito especialmente para exportação.