50 Anos, 50 Vozes, 50 Mulheres, coordenação de Violante Saramago Matos, Lisboa, Edições Esgotadas, abril de 2024, Portugal.
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50 Anos, 50 Vozes, 50 Mulheres, coordenação de Violante Saramago Matos, Lisboa, Edições Esgotadas, abril de 2024, Portugal.
Neste livro, com coordenação de Violante Saramago Matos, 50 mulheres partilham com os leitores a forma como viveram a revolução de Abril, com os seus testemunhos enquadrados num passado em que não conseguiam fazer ouvir a sua voz. Eu fiquei, por opção, de fora. Basta que aqui diga que era estudante universitária com militância partidária; que nesse dia 25 tinha (porque foi cancelada) uma jornada de propaganda para a convocação do 1º de Maio; que o meu marido estava na clandestinidade e por uma enorme coincidência estava com ele na noite de 24 para 25 de Abril numa casa cedida por um amigo, de onde saí (como era regra de segurança) à hora em que os operários iam para o trabalho, ainda antes do sol nascer; que tenho uma filha que passou comigo uma grande parte do tempo em Caxias quando estive presa e que, apesar de ter apenas dois anos em 1974, como que aprendeu, ali, a crescer em idade, personalidade e identidade. Violante Saramago Matos (1947-)
Violante Saramago de Matos (Lisboa, 1947-) Filha do escritor José Saramago (1922-2010) e da pintora Ilda Reis (1923-1998), casou em 1971 com o engenheiro Danilo de Matos (1942-). Licenciou-se depois em Biologia, área em que sustentou a sua atividade profissional, enquanto professora do ensino secundário e técnica de controlo laboratorial de alimentos, bem como parte significativa da sua atividade extra-profissional nas questões ligadas ao ambiente e ao ordenamento do território. Ativista e dirigente da luta estudantil contra a ditadura e a guerra colonial, foi presa no 1º de Maio de 1973, tendo cumprido 3 meses na prisão de Caxias. Depois de 1974, continuou a ter intervenção política, quer a nível partidário, quer em movimentos cívicos com destaque para os de apoio a Timor-Leste, contra a guerra do Iraque e pela despenalização da IVG. Foi deputada à Assembleia Legislativa da Madeira, entre 1996 e 2000, e em 2006. Entre 1997 e 2001, foi vereadora na Câmara Municipal do Funchal. Publicou com a editora Edições Esgotadas “Quinas, pelo Mar Fora…” (2018), “Quinas, uma Viagem à Ria” (2019), “Tixa a Presidente!” (2019), “Quando o Verão Amadurece” (2020), “Pintas e Pirata” (2020), “Escritas da Pandemia” (2021), “Quinas com a Kali no Paúl (2021), “Beijinhos” (2021) e “De memórias nos fazemos” (2022).