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Arquipelago de Origem:
Lisboa (cidade)
Data da Peça:
1700-00-00 00:00:00
Data de Publicação:
02/01/2024
Autor:
Vários
Chegada ao Arquipélago:
2024-01-02
Proprietário da Peça:
Museu do Oriente
Proprietário da Imagem:
Vitor Oliveira
Autor da Imagem:
Vitor Oliveira
Calvário de pousar ditos da Terra Santa, oficinas de Goa (atr.), 1700 a 1900 (c.), Museu do Oriente, Lisboa, Portugal.

Categorias
    Descrição
    Calvário de pousar ditos da Terra Santa
    Madeira revestida a madrepérola esgrafitada.
    Oficinas de Goa (atr.), 1700 a 1900 (c.)
    Fotografia de Vitor Oliveira (Portugueses eyes), novembro de 2018.
    Grupo depois integrado na exposição permanente Presença Portuguesa na Ásia em 2023
    Museu do Oriente, Alcântara, porto de Lisboa, Portugal.

    O Museu do Oriente, inaugurado a 8 de maio de 2008, está instalado no antigo Edifício Pedro Álvares Cabral, projeto inicial do arquiteto modernista João Simões (1908-1935), levantado depois em 1939/40 e ainda readaptado pelos arquitetos João Luís Carrilho da Graça (1952-) e Rui Francisco (1968-). O acervo do Museu, ilustrativo das relações que Portugal estabeleceu com a Ásia, integra, entre outros, núcleos de arte chinesa, indo-portuguesa, japonesa e timorense. Núcleos traduzidos por objetos votivos e de ritual, cerâmicas e terracotas, têxteis, mobiliário, pintura e máscaras, aos quais se juntou, em 1999, por doação do sinólogo francês Jacques Pimpaneau (1934-), a Coleção Kwok On de arte popular asiática: 13 mil peças, muitas delas raras e de grande escala.
    Este núcleo apresenta 124 objetos devocionais em madrepérola, provenientes da Terra Santa (?), da Índia (eventualmente da região de Goa e Guzarate), da China e do Japão. Destacam-se neste conjunto os crucifixos, cruzes e rosários, conchas trabalhadas e registos da Via Sacra e de outros temas religiosos, datáveis do século XVIII ao século XX. Destinados a exportação ou a um público local de cristãos, estes objetos de carácter devocional e de “lembrança” privilegiavam materiais naturais e acessíveis localmente, como as madrepérolas e as madeiras. A execução ficava a cargo de artesãos exímios mas pouco ilustrados na doutrina cristã, ou de frades franciscanos, contribuindo para a sua subsistência (O Museu de Arte Sacra do Funchal possui um calvário de pousar com a emblemática dos Jesuítas, único exemplar que até ao momento encontramos).
    Para além de ilustrar alguma da principal imagética devocional cristã, este núcleo testemunha o processo de transformação da madrepérola. Começando nas conchas naturais, são apresentadas várias técnicas de aproveitamento deste material, como baixo-relevo, recorte com decoração esgrafitada e relevada com massa preta, embutidos e folheados. Adquirido pela Fundação Oriente em 2007 ao escultor Domingos Soares Branco (Lisboa, 1925-2013), o núcleo de madrepérolas passa a integrar a exposição permanente Presença Portuguesa na Ásia em 2023.
    Da Terra Santa ao Japão: Objectos Devocionais em Madrepérola é um dos novos núcleos temáticos a revelar até ao final do ano de 2023, e que constituem uma reconfiguração do discurso museológico e museográfico da exposição permanente Presença Portuguesa na Ásia.