Pormenor do desdobrável da Madeira com o hidroavião da Aquila Airways, flying boats, Studio TOM (Tomás de Melo), 1950, Funchal, ilha da Madeira.
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Pormenor do desdobrável da Madeira com o hidroavião da Aquila Airways, flying boats.
Desdobrável promocional para o mercado inglês noticiando as companhias de transporte marítimo e aéreo ao dispor dos turistas que procurassem a Madeira para passar o Inverno.
Studio TOM (Tomás de Mello, 1906-1990), Lisboa, 1950 (c.).
ABM, BPR.
Em 1949, Tomás de Melo (1906-1990) (no antigo arquivo da ACIF: D. Thomaz de Mello) organizou uma Feira Flutuante das Atividades Metropolitanas ao Império Colonial Português, que seguiu a bordo do vapor Império, da Companhia Colonial de Navegação, levando uma exposição de bordados da casa Teixeira & Ca. e de vinhos da Madeira, que entre junho e julho desse ano estava no Funchal. Seria, provavelmente, do seguinte ano de 1950, este conjunto de material promocional para o mercado inglês, noticiando as companhias de transporte marítimo e aéreo de que os turistas dispunham para passar o Inverno na Madeira, efetuado pelo Studio Tom de Tomás de Melo.
Pub. in Delegação de Turismo da Madeira (1936-1979). Quatro décadas ao serviço do turismo madeirense, catálogo com coordenação de Fátima Barros, textos de José Vieira Gomes, João Nuno Freitas e André Marote, revisão de Jorge Valdemar Guerra, sala de Exposição do Arquivo Regional da Madeira, junho de 2011, p. 29.
Tomás José de Mello ou Thomaz de Mello (TOM) (Rio de Janeiro, jan. 1906 - Oeiras, 1990) chega a Portugal em 1926, iniciando uma intensa atividade: colabora como caricaturista na Voz e Diário da Manhã, como ilustrador na Ilustração, como diretor da revista Cinelândia (1928) e como um inovador ilustrador na publicação infantil O Papagaio (1935), integra a equipa de decoradores do moderno restaurante Coq d'Or, no Chiado (1930) e assume, em 1934, a direção da Galeria UP, fundada em 1932 por António Pedro da Costa (1909-1966) e Constantino Fernandes, galeria que apresentaria pela primeira vez em Portugal, em 1935, a obra de Vieira da Silva (1908-1992). Participa, desde 1937, em todas as exposições de Arte Moderna realizadas pelo SPN/SNI, tendo recebido o prémio Francisco de Holanda (1945). Integra as equipas de decoradores enviadas às grandes exposições internacionais no estrangeiro: demonstrando grande sensibilidade etnográfica, é-lhe confiada a decoração e montagem da Sala do Artesanato na Exposição Universal de Artes e Técnicas (Paris, 1937 onde é distinguido com o Grand-Prix (prémio coletivo) pelos projetos de decoração e com o Diploma de Honra pelos Artigos de fantasia, em colaboração com o etnógrafo Francisco Lage (1888-1957). Referência ainda para a coleção de bonecas, vestidas com trajes regionais de todas as províncias portuguesas, num trabalho conjunto com Dalila Braga. Igual contribuição prestou nas exposições de Nova Iorque e S. Francisco (1939), e de Madrid (1943 e 1944). Intervém em 1938, nos concursos das Estações Floridas e da Aldeia Mais Portuguesa de Portugal. Participa na Exposição do Mundo Português, 1940, com intervenção no núcleo Aldeias Portuguesas e na Secção da Vida Popular, substituindo, em 1946, Bernardo Marques (1899-1962) na coordenação da equipa de pintores-decoradores responsável pelos trabalhos no Museu de Arte Popular e consultor técnico da secção etnográfica do Museu. É, nesse mesmo ano, agraciado com o oficialato da Ordem de Cristo, na cerimónia de encerramento das Comemorações dos Centenários. Participa na I Exposição de Montras (Lisboa, 1940), na II Exposição de Arte Moderna e Desenho de Lisboa (1947, onde recebe o prémio para melhor artista estrangeiro, dado ser natural do Rio de Janeiro) e inicia a colaboração com a Manufatura de Tapeçarias de Portalegre na conceção de cartões para tapeçarias. Em 1948, integra a equipa de artistas-decoradores do Museu de Arte Popular, inserido no projeto de criação do museu, para onde executa um dos murais do vestíbulo e das salas Entre-Douro-e-Minho e Algarve. Participa, nesse mesmo ano, na exposição 15 anos de Obras Públicas e assume, com Manuel Lapa (1914-1979), a direção do projeto da exposição 14 Anos de Política do Espírito, iniciativa promovida pelo S.P.N./S.N.I. e dirigida por António Ferro (1895-1956) (Lisboa, 1948). Executa a cenografia e os figurinos para os Bailados do Verde Gaio, Passatempo (1947), Dança dos Pastores e Chula do Douro (1948). Já tinha anteriormente colaborado na elaboração de cenários e figurinos para o teatro de revista no Trindade e Parque Mayer (Lisboa, 1928-1933). Entre 1949 e 1957, participa em diversas exposições, executa a decoração do Hotel de Turismo (Figueira da Foz, 1953) e é responsável pela conceção do pavilhão na XXI Feira Internacional de Barcelona. Dirige ainda a participação portuguesa na I Feira Internacional de Artesanato (Madrid, 1953) e participa na Exposição Internacional de Bruxelas (1958). Em 1960, é nomeado diretor da Feira Internacional de Lisboa onde empreende diversas iniciativas relacionadas com o sector do Turismo e Obras de Arte. Em 1970, colabora na Exposição Internacional de Osaka e funda, nesse mesmo ano, a Artécnica (Centro Português de Design). Em 1973 o SNI organizou, no Palácio Foz em Lisboa, uma exposição retrospetiva da sua obra multifacetada de caricaturista, desenhador, pintor, gráfico, decorador e designer.