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Arquipelago de Origem:
Porto Santo
Data da Peça:
1951-00-00
Data de Publicação:
16/12/2023
Autor:
Manuel de Olim Perestrelo Júnior
Chegada ao Arquipélago:
2023-12-16
Proprietário da Peça:
Museu de Fotografia da Madeira, Atelier Vicente's
Proprietário da Imagem:
ABM/ARM
Autor da Imagem:
Manuel de Olim Perestrelo Júnior (1893-1980)
Populares e veraneantes no Facaio junto do cais do Porto Santo, 1951, arquipélago da Madeira

Categorias
    Descrição
    Populares e veraneantes no Facaio junto do cais do Porto Santo
    Prestellos Photograhos, Manuel de Olim Perestrelo Júnior (1893-1980) (atr.), 1951.
    Museu de Fotografia da Madeira-Atelier Vicente's, Inv. PER 5155, em depósito na DRABM
    Cais do Porto Santo, Madeira.

    Ilhas de contrastes
    A Madeira das quintas românticas, dos hotéis de luxo, dos animados bailes de tango e foxtrot no Casino, tão bem descritos na obra de Horácio Bento de Gouveia (1901-1983), era também uma Madeira de dificuldades, de pobreza e de lutas constantes pela sobrevivência. Estas duas realidades conviviam nas ruas e veredas da cidade, nas vilas e nos campos - onde a perspetiva de trabalhar de sol a sol, onde a ausência de um futuro para lá do amanhã, cruzavam-se com a ociosidade, a abundância e a excentricidade. Estas diferenças acabariam por ser motor de partida para as vagas migratórias que marcaram a Madeira dos primeiros três quartéis do século XX.
    Esta exposição procura retratar a realidade da Madeira nos três primeiros quartéis do século XX e o quotidiano das suas gentes, que, em busca de melhores condições de vida, se viram forçadas a emigrar, e acabaram por levar o nome e a herança cultural da terra natal além-fronteiras. É um pequeno vislumbre sobre um espaço insular de realidades antagónicas. A beleza natural das paisagens, o clima ameno e a lhaneza dos íncolas - que encantavam e atraíam muitos visitantes, Ilustres e desconhecidos - contrastavam com a escassez e a dureza das condições de vida de um povo que lutava pela sobrevivência.  Esta é uma Madeira vetusta de realidades opostas, onde o fosso entre classes sociais evidenciava que a pobreza de muitos convivia lado a lado com a excentricidade de poucos e com o frenesim cosmopolita da capital madeirense, o Funchal. É a Madeira da Canga de Horácio Bento de Gouveia, a que a Autonomia desferiu golpe decisivo.
    Entre o que era e o que poderia ser, muitos madeirenses arriscaram tudo. Saíram de duas pequenas Ilhas situadas no Oceano Atlântico, à descoberta de novas rotas, novas terras. Multiplicaram-se e deram mais mundo ao nosso Mundo, honrando o nosso Povo e a nossa Terra. É dos primeiros passos desta “Madeirensidade” pelo mundo que aqui se dá conta.
    Bloco Ilhas de contrastes 3 da exposição A Madeira e os Ventos da Emigração coordenada por Sara Moura e Filipe dos Santos, Museu de Fotografia da Madeira, Atelier Vicente's, átrio interior do edifício do Governo Regional, 2023.