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Arquipelago de Origem:
Lisboa (cidade)
Data da Peça:
1714-00-00
Data de Publicação:
15/03/2023
Autor:
António Cordeiro
Chegada ao Arquipélago:
2023-03-15
Proprietário da Peça:
Universidade Complutense de Madrid
Proprietário da Imagem:
Universidade Complutense de Madrid
Autor da Imagem:
Universidade Complutense de Madrid
Cursus philosophicus conimbricensis, padre António Cordeiro, Lisboa, Oficina Regia Deslandesiana, 1714, Portugal

Categorias
    Descrição
    Antonius Cordeyro, Sociedade de Jesus. Cursus philosophicus conimbricensis. Auctore P. Antonio Cordeyro Societatis Jesu, Lusitano, Insulano, Angrensi, in tres partes ditributus: Prima logicam amplectitur; Secunda Physicam, cum copoream, tum spiritualem; Tertia enuncleabit Metaphysicam. Ulyssipone: Officina Regia Deslandesiana, 1714.
    Exemplar da Universidade Complutense de Madrid, Espanha.

    António Cordeiro (1641-1722) nasceu em Angra, em 1641 e faleceu em Lisboa, a 2 de fevereiro de 1722. Era filho de Manuel Cordeiro e de Maria Espinosa. Fez os estudos iniciais no colégio jesuíta de Angra e formou-se em artes na UC (1664), para onde fora em 1656. Regressou aos Açores, onde se dedicou ao ensino, durante os anos de 1664 a 1668, nos colégios de Ponta Delgada e de Angra. Nos quatro anos seguintes, fixou-se de novo em Coimbra, como pregador e professor no Colégio das Artes, e preparou o seu doutoramento em teologia, defendido em 1672. Provavelmente em 1659, fez votos na Companhia de Jesus, vindo a ordenar-se sacerdote em 1671. Enquanto jesuíta desempenhou várias funções. Começou por integrar missões do interior a Peniche e a Chaves (1673), depois lecionou humanidades e retórica no Colégio de Santo Antão, em Lisboa (1673-1676), passou a professor da cátedra de filosofia, no Colégio das Artes, de Coimbra (1676 ou 1677) e, posteriormente, em 1680, à cátedra de teologia do mesmo colégio, vindo a ser afastado, em 1696, por ser homem de carácter independente e respostas prontas e por ter recorrido a um novo método de ensino que não agradou às autoridades académicas. Paralelamente, dedicou-se à pregação.
    De Coimbra passou a Braga (1696-1700), onde serviu na cúria diocesana, ensinando moral. Em 1700, dirigiu-se ao Porto, de modo a aí desempenhar a mesma atividade e, em 1708, radicou-se em Lisboa com o intuito de preparar a edição das suas obras, o que não aconteceu de imediato, pois acabou por ficar a lecionar em S. Roque. Em 1714, saiu o seu
    Cursus Philosophicus e, em 1717, voltou ao Colégio de Santo Antão, na qualidade de padre espiritual e examinador sinodal, até falecer. Além do referido Cursus Philosophicus, foi autor de diversas obras de carácter teológico. Porém, o texto que o celebrizou foi a Historia Insulana das Ilhas a Portugal Sugeytas no Oceano Occidental (1717). Aqui, o P.e António Cordeiro utilizou muitas informações das Saudades da Terra, de Gaspar Frutuoso, cujo manuscrito se encontrava no colégio dos jesuítas micaelenses, tendo acrescentado outros dados, até porque a cronologia tratada foi mais abrangente. A ordem pela qual abordou as matérias também foi diferente. A obra, em dois volumes, abrangeu a história dos arquipélagos da Madeira, dos Açores e também das Canárias e de Cabo Verde, tal como antes já o fizera Gaspar Frutuoso. O autor pretendeu escrever uma história geral dos arquipélagos atlânticos, a primeira a conhecer os prelos, e nela integrou muitas informações de carácter genealógico relativas às principais famílias portuguesas e estrangeiras que aí habitaram. Procurou escrever de forma clara e sucinta, integrando matérias necessariamente ausentes em Frutuoso, tais como o resultado da guerra entre Portugal e Castela (1640-1668), com destaque para o papel desempenhado pelos jesuítas durante a Restauração, em particular nos Açores; a história da Companhia de Jesus em São Miguel e na Terceira, após a morte de Gaspar Frutuoso; e ainda considerações sobre a província dos Açores. Na avaliação de Reis Leite, a História Insulana vale mais pela filosofia política e pela proposta para o governo dos Açores do que enquanto obra de interpretação histórica ou de erudição, na medida em que ali se defendeu que o governo dos capitães do donatário se tinha mostrado ineficaz devido à ausência destes da capitania, ao mesmo tempo que se manifestou contra a possibilidade de um governo-geral e esboçou a necessidade de autonomia para o arquipélago.
    Obras de António Cordeiro: Cursus Philosophicus Conimbricensis (1714); Historia Insulana das Ilhas a Portugal Sugeytas no Oceano Occidental (1717).
    Bibliog.: MANCIA, Anita, “Metodologia, Contenuti e Forme Letterarie dell’História Insulana di Antonio Cordeiro SI (1640-1720) a Confronto com le Saudades da Terra si Gaspar Frutuoso (1522-1591)”, Arquipélago. História, 2.ª série, vol. 5, 2001, pp. 431-526; LEITE, José Guilherme Reis, “António Cordeiro e uma Proposta de Autonomia para os Açores no Século XVIII”, Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. 36, Angra do Heroísmo, 1978, pp. 211- 240; SERRÃO, Joaquim Veríssimo, A Historiografia Portuguesa, vol. 1, Lisboa, Verbo, 1972.
    Isabel Drumond Braga (DEM 3)