Vila Ema, Raul Lino, 1942, Funchal, ilha da Madeira
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Descrição
Vila Ema,
Projeto de Raul Lino (1879-1974), 1942.
Fotografia do Jornal de Arquitetura.
Avenida do Infante, Funchal, ilha da Madeira
Raul Lino (1879- 1974) fez os seus estudos em Inglaterra e na Alemanha, onde trabalhou no atelier de Karl Albrecht Haupt (1852-1932). De regresso a Portugal, projetou mais de 700 obras, tais como o Pavilhão Português na Exposição Universal de Paris em 1900, algumas vivendas de inspiração marroquina (1901), a Casa dos Patudos, para José Relvas (1904), a Casa do Cipreste, em Sintra (1912), o cinema Tivoli (1925), o Pavilhão do Brasil na Exposição do Mundo Português (1940) e a reformulação da Câmara Municipal do Funchal, em 1942, com o arquiteto Carlos Ramos. Foi ainda autor de numerosos textos teóricos sobre a problemática da arquitectura doméstica popular, como A casa portuguesa (1929), Casas portuguesas (1933) e L’évolution de l’architecture domestique au Portugal (1937). Projetou no Funchal a Vila Ema, em plena Avenida do Infante, como uma obra bem dentro dos cânones da Casa Portuguesa, tal como Lino a concebia, a tal que empregaria “em qualquer época, o ideal de uma moradia funchalense” (Lino, 1962, p. 43). Tem cobertura com beirado saliente dito à portuguesa, em telha de canudo, vãos guarnecidos de cantarias em “pedra mole”, paramentos caiados, onde nem falta o costumado alpendre, nem o tradicional azulejo. Enfim, estão lá, todos, os cinco, princípios base da Casa Portuguesa, idealizados por Lino anos antes. Na memória descritiva desta casa, refere que: é um “projecto de linhas sóbrias” e “isento de ornamentação ou qualquer extravagância inútil”, revela bem a sua persistente negação em utilizar materiais ou soluções além da “paleta” tradicional.