Cumprimentos na Cais da Cidade ao Presidente da República, General Francisco Higino Craveiro Lopes, Funchal, 30 de maio de 1955, ilha da Madeira
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Cumprimentos na Cais da Cidade ao Presidente da República, General Francisco Higino Craveiro Lopes
Com D. António (II) Manuel Pereira Ribeiro (1914-1957) e comandante militar brigadeiro Gervásio Martins Campos de Carvalho (1895-1959)
Em segundo plano, o governador civil José Inocêncio Camacho de Freitas (1899-1969)
Funchal, 30 de maio de 1955
Museu de Fotografia da Madeira "Atelier Vicente's" (PER/3775), Funchal, ilha da Madeira.
Francisco Higino Craveiro Lopes (Lisboa, 12 abr. 1894; idem, 2 set. 1964). Filho do general João Carlos Craveiro Lopes (1871-1945) e de Júlia Clotilde Cristiano Craveiro Lopes (1875-1955), numa família de tradição militar, onde o pai fora combatente na Flandres e prisioneiro em La Lys, durante a I Grande Guerra, militar do regime do Estado Novo, exerceu funções de governador-geral da Índia e de comandante da l.ª Região Militar, Francisco casou com Berta da Costa Ribeiro Artur (1899-1958), neta do também general Sezinando Ribeiro Artur (1851-1910), dos mais interessantes aguarelistas do seu tempo, em casa de quem foi criada, casamento que originou quatro filhos. Após frequentar o Colégio Militar e a Escola do Exército começou por cumprir serviço no Norte de Moçambique, durante a Primeira Grande Guerra, 1917 e 1918, entrando em confronto com forças alemães, pelo que veio a ser condecorado com a Torre-e-Espada. Regressado a Portugal tirou o brevet de pilotagem em França, prestando depois serviço, de novo, em Moçambique e na Índia, onde serviu sob as ordens do pai, então governador-geral. Como tenente-coronel, em 1938, comandou a Base Aérea de Tancos e, em 1941, dirige as negociações com os norte-americanos para a cedência das instalações das Lajes, nos Açores, passando a comandante daquela base aérea. Entre 1944 e 1950 seria comandante-geral da Mocidade Portuguesa, sendo indicado pela União Nacional para suceder ao marechal Carmona (1869-1951), falecido a 18 abr. 1951. Concorrendo às eleições presidenciais de 1951, onde a oposição democrática e republicana apresentou o almirante Quintão Meireles (1880-1962), que desistiu nas vésperas, foi eleito a 21 jul. 1951 com 80 % dos votos, tornando-se o décimo segundo presidente da República Portuguesa, cargo que assumiu durante sete anos, entre 9 ago. 1951 e 9 ago. 1958. Mantendo, entretanto, contactos internacionais e ultramarinos, assim como com a oposição ao Regime, não seria reconduzido no mandato seguinte.
D. António Manuel Pereira Ribeiro (Friande, Póvoa de Lanhoso, 16 fev. 1879; Funchal, 22 mar. 1957). Filho de Duarte Dias Ribeiro e de Deolinda Rosa da Silva Pereira foi apresentado cónego da sé do Funchal em 1905 para professor do seminário do Funchal, sendo elevado a bispo do Funchal em 1914, conhecendo nesses anos as dificuldades da separação da Igreja do Estado, mas vindo a ser, com o Estado Novo, em 1940, agraciado com Grã-cruz da Ordem de Cristo. Já muito doente veio a solicitar a indigitação de um auxiliar, para o que foi apresentado D. Manuel de Jesus Pereira (1911-1978), em 1948, como bispo auxiliar do Funchal, altura da colocação das armas no Paço Episcopal, datadas de 1951.
João Inocêncio Camacho de Freitas (Ribeira Brava, 19 fev. 1899; Lisboa, 1 jul. 1969). Filho de António Freitas júnior e de Eulália Camacho de Freitas, cursou a Escola Naval, dedicando-se à oceanografia e cartografia oceanográfica nas costas de Portugal e de Moçambique, sendo em 1943 nomeado capitão do porto do Funchal, lugar que abandonou em 1943, mas a que regressou em 1945, passando a 23 de dezembro de 1951 a governador civil, lugar que ocupou até 1969. Era amigo pessoal do almirante Américo Tomaz (1894-1991), com quem trabalhara em Moçambique e uma das suas filhas casou com o general Altino de Magalhães (Ribalonga, Carrazeda de Ansiães, 8 maio 1922; Oeiras, 24 jan. 2019), depois ministro da República nos Açores, que veio a herdar a casa da Ribeira Brava, fechada desde os anos 60 e desmanchada em 1990.