Lápide da fachada do palácio dos marqueses da Ribeira Grande em homenagem a D. João Zarco da Câmara, 1922, Rua da Junqueira, Lisboa, Portugal.
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Descrição
Lápide da fachada do palácio dos marqueses da Ribeira Grande
Homenagem a D. João Maria Evangelista Gonçalves Zarco da Câmara (1852-1908):
Em 27 de dezembro de 1852 nasceu nesta casa o poeta e dramaturgo D. João Gonçalves Zarco da Câmara, que faleceu em 8-1-1908
Escritor bem português,o seu nome viverá em todos os tempos na representação das suas imortais peças D. Afonso VI, Alcácer Quibir, Os Velhos e outras.
A Câmara Municipal de Lisboa em 27 de dezembro de 1922 mandou colocar esta lápide como preito de homenagem da cidade ao ilustre escritor.
Fotografia de Manuel Correia, 2 de outubro de 2025.
MACAM Hotel, Rua da Junqueira, Lisboa, Portugal.
D. João Gonçalves Zarco da Câmara (Lisboa, 27 dez. 1852; idem, 2 jan. 1908). Filho dos marqueses da Ribeira Grande, estudou no Colégio de Campolide, em Lisboa, seguindo depois para Lovaina, na Bélgica e, regressado a Portugal, ainda estudaria na Escola Politécnica, após o que desenvolveria carreira nas Obras Públicas e na administração dos Caminhos-de-Ferro. Desenvolveria no entanto, em paralelo, uma importante carreira de dramaturgo e de cronista social lisboeta. Por detrás do Teatro Nacional D. Maria II e frente à Estação do Rossio, num largo que tem o seu nome, foi levantado um busto de bronze seu, em 1952, de Maximiano Firmino de Macedo Alves (1888-1954).
O inicial palácio foi construído no início do século XVIII pelos marquês de Nisa, D. Francisco Luís Baltasar da Gama (1637-1707), também 6.º conde da Vidigueira, por 1701, embora logo por 1730 (c.), o 4º marquês de Nisa (pelo seu casamento com a herdeira desta casa), D. Nuno Teles da Silva (1709-1739), venda o palácio a D. José Zarco da Câmara (1712-1757), 4º conde da Ribeira Grande, cujas armas ostenta, embora num trabalho mais recente. O conjunto teve então obras, talvez por 1740 (c.), tendo sido pouco afetado pelo terramoto de 1755, mantendo assim a fachada principal tripartida, ordenada a partir do portão central, com o pórtico de dois pisos, tal como mantém parte dos jardins e uma capela dedicada a Nossa Senhora do Carmo, com nave praticamente quadrada e retábulo-mor muito mais recente, da autoria de Máximo Paulino dos Reis (1781-1866). Já antes do terramoto de 1755 aqui residiam os condes da Ribeira Grande, nascendo no palácio, em 1754, o depois 6ª conde da Ribeira Grande, D. Luís António José da Câmara (1754-1802), aqui devendo ter nascido e falecido o governador da Madeira D. José Manuel da Câmara (Lisboa, c. 1760; c. 1820). O conjunto voltou a ter obras com o 8º conde, D. Francisco de Sales Gonçalves Zarco da Câmara (1819-1872), por 1850, aqui lhe nascendo o seu 1º e único filho em 1852, voltando a ter obras pontuais logo a seguir, depois de setembro de 1855, quando recebe o título de marquês da Ribeira Grande e tendo sido alteradas as armas da fachada. Aqui nasceu, assim, o célebre engenheiro, escritor, poeta e dramaturgo D. João Gonçalves Zarco da Câmara (1852-1906), pelo que a Câmara Municipal de Lisboa, em 1922, mandou lavrar uma placa em sua homenagem. Em 1939 daria lugar ao Liceu D. João de Castro, posteriormente denominado Liceu Rainha Dona Leonor e Liceu Rainha Dona Amélia, mas imóvel depois mais de 50 anos devoluto. A partir de 2021 foi desenvolvido um inovador projeto de um hotel de cinco estrelas articulado com um museu de arte contemporânea, constituído com a coleção privado do engenheiro Armando Martins (MACAM) e montado numa ala à parte, conjunto inaugurado a 22 de março de 2025, trazendo um conceito novo que combina arte contemporânea com um hotel de luxo.