Image
Arquipelago de Origem:
Nigéria
Data da Peça:
1960-00-00
Data de Publicação:
26/06/2025
Autor:
Escultor Yoruba
Chegada ao Arquipélago:
2025-06-26
Proprietário da Peça:
Antiga coleção Bernd Muhlack, Kiel, Alemanha
Proprietário da Imagem:
Zemanek Münster 2018
Autor da Imagem:
Zemanek Münster 2018
Máscara aboyun da sociedade Gelede do leilão Zemanek-Münster de novembro de 2018, escultor Yoruba, 1960 (c.), Nigéria

Categorias
    Descrição
    Máscara aboyun da sociedade Gelede.
    Body mask, Nigeria, Yoruba
    .
    Madeira entalhada e patinada a terra vermelha, 43,5 cm.
    Escultor Yoruba, 1960 (c.), Nigéria
    Proveniente da coleção Bernd Muhlack (1937-2020), Kiel, Germany
    Fotografia de 26 de setembro de 2018.
    Leilão Zemanek-Münster, 90th Tribal Art Auction, 17 de novembro de 2018, lote 203, vendida por 800 euros, Munique, Alemanha.

    Wood, painted in red and black, the body masks that appear during the more light-hearted, entertainment-oriented part of the “gelede” celebration are satirical, but also emphasize the female power that is expressed in fertility.
    Entre os Yoruba, qualquer mulher que sofra de doença, infertilidade ou outro infortúnio, se o oráculo determinar quais as forças causadoras, as mesmas podem tentar-se apaziguar por meio de sacrifícios, com determinados preparados de ervas e a proteção adicional na forma de amuletos, tal como a execução de danças propiciadoras da resolução em causa. Assim, existe uma sociedade mais ou menos secreta de mulheres, a Gelede, para oferecer proteção contra essas forças, não lutando contra elas, mas convidando as mulheres, uma vez por ano, ou sempre que necessário, para um festival em sua homenagem, onde todas as irregularidades na comunidade são expostas, condenadas e ridicularizadas, aparecendo nessas ocasiões a máscara aboyun. O festival das Gueledé pode ocorrer em honra a uma divindade ou herói cultural, mas a sua função mais tradicional é a de aplacar a Iyá Nlá (“A grande mãe”) e suas discípulas na Terra (“as mães poderosas”). Iyá Nlá é a esposa da divindade Obatalá (“O grande pai”) e é considerada a “Mãe Natureza”, ou seja, “a mãe de todos e a mãe de todas as mães”. Por isso, ela representa o princípio maternal na cosmovisão Yorubá, trazendo em si os atributos de todas as divindades femininas.
    A sociedade Gelede, liderada por mulheres, nas suas atividades públicas, ou festivais, utiliza especialmente homens, que atuam como dançarinos, cantores e ajudantes. Embora existam muitas variações locais do festival Gelede, a estrutura básica é a mesma em todos os lugares. Começa à noite com a apresentação de um cantor chamado Efe e continua na tarde seguinte com o festival, no qual, entre outros, várias dezenas de dançarinos mascarados se apresentam em danças curtas e, mesmo, individuais, em pares ou grandes grupos. As máscaras Gelede, geralmente, são esculpidas com uma cabeça humana, mas sobre a qual há depois uma estrutura com diversas representações, em cujo design e execução os escultores se superam uns aos outros em virtuosismo.
    O ritual de dança Gelede foi declarado obra-prima do Património Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2001 e adicionado à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade em 2008. Cf. Lawal, Babatunde (1996). O Espetáculo Gelede. Washington: Imprensa da Universidade de Washington.
    Na costa Oriental de África, os Makondes de Moçambique e da Tanzânia possuem exemplares semelhantes, embora mais delicados e elaborados, utilizados nas cerimónias de iniciação dos rapazes, onde o dançarino, muito lentamente e de forma dramática, representava as dores das primeiras relações sexuais, conjunto de danças também inscritas na lista UNESCO.