Selo de exportação do pensador tchokwe, 2000 (c.), Luanda, Angola.
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Descrição
Selo de exportação do pensador tchokwe.
Comissão de Conservação do Património Histórico-Cultural do Povo Angolano.
Exportação Autorizada
Impresso, 3,5 x 3,5 cm.
Pensador de madeira entalhada com 14,2 x 7,5 x 3,2 cm.
Escultor angolano, Luanda (?), 2000 (c.).
Fotografia de 25 de março de 2025.
Coleção Rui e Joana Carita, casa da Amadora.
A primeira referência a uma peça deste género é de José Redinha (1905-1983), primeiro diretor do museu do Dundo, como encontrada em 1936, no Chitato, a 30 minutos da cidade do Dundo, num cesto de adivinhação (Ngombo), medindo 16 centímetros. Nos anos seguintes apareceram outras e noutros contextos, como em pentes e apitos tchokwe, mas também como esculturas dos outros grupos confinantes com os Tchokwe, como os Songye (The Amy & Elliot Lawrence Collection, leilão Sotheby's de 2022) e outros. Foi no Museu do Dundo que surgiu a ideia de apelidar a figura de Pensador, ou Samanhonga, em Chokwe, em vez da sua efetiva referência de “Kuku” ou de “Kaka”, que quer dizer ancião ou anciã e assim gozando de um estatuto especial de intermediário no contacto entre os vivos e os antepassados. A eles, os membros da família e do povoado recorrem para se consultarem e se aconselharem sobre problemas espirituais e outros. A partir de 1947, senão algo antes, passou a ser a escultura de eleição da aldeia dos escultores do Museu do Dundo, tendo sido reproduzida na ordem das muitas centenas de exemplares.
A peça dita "original", em princípio, a recolhida em 1936, pois que no museu ficaram outras, foi depositada no Museu Nacional de Antropologia, em Luanda, mas viria a ser roubada no conturbado contexto da guerra civil, o mesmo acontecendo a muitas outras do Museu do Dundo e, inclusivamente, parte dos arquivos do mesmo museu. A sua divulgação, no entanto, continuou a crescer e em 1984 foi escolhida como um dos símbolos da cultura nacional de Angola.