A desativação do Comboio do Monte e Fernão Ornelas, in Re-Nhau-Nhau, n.º 434, Ano XIV, Funchal, 31 de maio de 1943, ilha da Madeira
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Descrição
A desativação do Comboio do Monte e Fernão Ornelas: Em vale de lágrimas ...
Dr. Fernão: - Adeus, comboio amigo, que já não davas uma para a caixa ...
Desenho de Paulo Sá Braz (1919-2003), in Re-Nhau-Nhau, n.º 434, Ano XIV, Funchal, 31 de maio de 1943, capa.
Exemplar da Biblioteca Municipal do Funchal, ilha da Madeira.
O Comboio do Monte ou Elevador do Monte da The Mount Railway Company of Madeira entrou ao serviço em 1893 e 1894, embora a linha só fosse concluída em 1912. A 10 set. 1919, entretanto deu-se uma explosão na caldeira de uma locomotiva, do que resultaram 4 mortos e vários feridos, entre os 56 passageiros que seguiam a bordo. A 11 jan. 1932, deu-se novo desastre, desta vez por descarrilamento e, com o início da II Grande Guerra, foi impossível manter a empresa, pelo que, em abril de 1943, ocorria a última viagem, tendo a linha sido logo desmantelada e o material vendido como sucata, dada a difícil situação financeira da Companhia.
Fernão Manuel de Ornelas Gonçalves (Funchal, 14 jun. 1908; Lisboa, maio 1978). Filho do médico Dr. Fernão de Sousa Gonçalves (1882-1919) e de Gabriela de Ornelas, frequentou o Liceu do Funchal e a Faculdade de Direito de Lisboa, sendo nomeado subdelegado do Procurador da República em 17 dez. 1932 e vindo a ser Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal do Funchal de 12 jan. 1935 a 22 out. 1946, somente com 27 anos, desenvolvendo uma espantosa actividade que se tornaria lendária. Seria depois director do Banco da Madeira, em Lisboa, integraria o Conselho da Administração da Caixa Geral de Depósitos, da Hidroeléctrica do Cavado e do Banco Pinto & Souto Maior. Quando na sequência do pronunciamento do 25 de Abril se instituiu a Autonomia Regional, ainda foi sondado em Lisboa para aceitar o lugar de Ministro de República, mas as suas condições de saúde já não o permitiram.